quarta-feira, 28 de novembro de 2012

e minha mente viaja para 2008

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Essa saia você faz por 5, e essa blusa por 4. Pode abaixar o preço de todas as outras, mas essas você não abaixa. Foi o meu jeito de me livrar de coisas que eu gostaria de guardar comigo para sempre, mas a vida estava me forçando a reciclar. Fui para a aula mais cedo porque não queria ver as coisas indo embora e quando voltei elas já não estavam mais lá, foram embora de repente, assim como você. E agora, meu bem, o que sobrou além das coisas, foi um buraco em mim, uma lacuna, um vazio. Eu nunca tinha parado para pensar no quanto de você há em mim, as coisas são somente uma materialização disso tudo. Um perfume, uma calcinha, brinquedos sexuais e até mesmo um pente dizem mais sobre nós do que minhas palavras amargas. Eu sempre evitei dormir com as pessoas com quem ficava, pois isso evitaria um vinculo, uma lembrança, mas você teve muito mais do que eu um dia pude dar a alguém. Teve minha cama logo de cara e os meus pesadelos era você que acalmava, e eu ficava na vigília do seu sono pesado para que quando você começasse a ofegar eu pudesse te tirar dos pesadelos. Não sei quando foi que deixamos de compartilhar os sentimentos mútuos, não sei quando a vida real e a responsabilidade te engoliram, mas hoje a dor que sinto me faz querer jogar todas as coisas no lixo, mas não é raiva de você, é raiva de viver em um mundo em que o cotidiano engoliu o amor .