segunda-feira, 28 de março de 2011

HP

Semana passada eu assisti todos os 5 primeiros filmes do Harry Potter na televisão. Foi então que eu percebi que já não lembrava de muitas coisas de nenhum dos 7 livros que eu devorei na minha infância e pré adolescência. Lembrei que eu costumava brincar que estudava em Hogwarts e que eu tinha camiseta, materiais escolares, brinquedinhos e até pares de meias do dito cujo. Lembro das vezes que fui ao cinema para ver os filmes ainda na primeira semana de exibição, a gente tinha que ir até a Praia Grande para assistir, e depois sempre comíamos alguma coisa da praça de alimentação do shopping. Teve uma vez que fui com minha vizinha e mais uma penca de gente, outra vez fui com meu pai, que detesta esse tipo de programa, outra vez fui com a minha tia e acho que nem lembro mais das outras. Eu não sei o quanto isso foi importante na minha vida, mas talvez eu não tivesse percebido que sempre me faltou algo que fosse da "minha" geração, eu não assistia "Chaves", "Anos dourados" e nem uma porção de outras coisas, muitas vezes fico "sobrando" em conversas desse tipo. Agora, por  um acaso, devido a uma maratona de filmes, eu tenha me realizado e percebido que a "geração Harry Potter", da qual eu fiz/faço parte, já cresceu, mas ainda sim aguarda o último filme, talvez com a mesma ansiedade de antes, porque fantasiar não deveria ser considerado algo ruim. Essa geração realmente já virou adulta, e eu percebi que quero (e preciso) estar também com pessoas que saibam do que eu estou falando, que tenham vivido o que eu vivi, pessoas que também se imaginavam comendo feijõezinhos de todos os sabores e tomando cerveja amanteigada.

quinta-feira, 24 de março de 2011

quase sonho

Poderia ter sido uma ida comum ao mercado depois da aula, mas logo que fui entrando a avistei, parecia que já nos conhecíamos, mas na verdade eu nunca havia visto tão bela figura, com seus trinta e poucos anos (talvez beirando os quarenta), cabelos ruivos, encaracolados e curtos, vestia uma blusa roxa, e seus brincos também eram dessa cor, e nela essa repetição não ficou brega, nas unhas um laranja quase rosa, da cor do pêssego que eu comi hoje de manhã. Penso que ela percebeu meu olhar de espanto e admiração, fiquei envergonhada com a minha atitude, e quando ia me virar para mudar de corredor, ela me abriu um sorriso. Continuei minhas compras, e instantes depois de eu chegar na fila do pão, ela para ao meu lado e presta atenção no que peço: "dois pães e um pão de queijo, que dizer, dois pães de queijo". Quando fui para a fila do caixa e encontrei um amigo, ela novamente estava lá e reparou em tudo que eu disse para ele: "você que que eu te espere?", perguntei isso a ele implorando para que ele dissesse que sim, para que eu pudesse ficar lá por mais alguns minutos. Peguei minhas sacolas e minha mochila e fiquei esperando do lado de fora, fiquei pensando e cheguei a conclusão que ela fosse mãe por causa das compras dela, vi um carro estacionado e imaginei que aquele que deveria ser o dela, mas eu não sou boa de descrever carros, mas posso dizer que o carro era a cara dela, era grande, alto, mas não era daquelas pickups que custaram a vida, era simples, aqueles carros que as famílias dos road movies estadounidenses usavam para viajar. Ela saiu, sorriu e se despediu de mim, como se realmente já houvéssemos nos encontrado em algum momento da vida. Ela entrou no carro que eu imaginava ser o dela e só pude me perguntar o porque dela ter ido justamente naquele mercadinho, caro e sem graça.

segunda-feira, 21 de março de 2011

preguiça de escrever algo por mim mesma

Well, I've tried to get along with you
I have asked myself “What are we gonna do?”
I'm coming round to take a stand
Going to put us together with glue or an elastic band

I know where I stand
I don't need you to hold my hand

I am softer than my face would suggest
At times like these I'm at my lowest ebb
Now I can confide in you
If I cry to set the mood oh please could you cry too

Happy New Year
You are my only vice Happy New Year
What if we compromised?
Happy New Year
I am open 

sexta-feira, 18 de março de 2011

ressaca moral?

Ai, a primeira festa, a primeira fresta, o primeiro amor


Ai, o primeiro copo, o primeiro corpo, o primeiro amor


Ai, a primeira dama, o primeiro drama, o primeiro amor



não posso dormir agora

Eu queria aqui fazer uma postagem sobre como é legal viver uma aventura, como seria legal me apaixonar novamente, mesmo que novamente não fosse correspondida. Como seria ótimo acordar tenso certeza do que quer e do que é, do que vai fazer da vida daí em diante. Também seria fantástico saber tocar um instrumento, pintar, dançar ou atuar, para que assim houvesse uma maneira de se fugir da realidade um pouco. Como é que deve ser ter inspiração? Como será que é não ter medo  e ir entrando nos lugares estando cheia de si? Como que deve ser se um pouco menos humana e mais sublime?

terça-feira, 15 de março de 2011

Um dia, uma carona

Eu sempre gostei do título do filme "um dia, um gato", porque antes de ter visto o filme eu imaginava algo diferente, como se realmente houvesse um gato diferente para cada dia que se passava, um gato que representasse o sentimento de cada dia. Hoje estou gripada e fui obrigada a ficar em casa e me forçar a dormir cedo, mas eu estava muito animada ontem e hoje de manhã, eu olhava para as pessoas e ria porque elas pareciam estar muito engraçadas, pessoas que não via há algum tempo, outras que tinha visto semana passada. No bar eu ficava sentada esperando que elas viessem falar comigo, se quisessem, e a surpresa é que as pessoas realmente vinham e todas elas pareciam contentes, talvez essas seja a graça do começo do ano letivo. Hoje a aula foi boa, o dia estava bonito e o vento levantou minha saia várias vezes, e então eu lembrei do porque eu ter me empolgado tanto no primeiro ano. Quando eu atravessava a passarela lá pelas 19:00 e via aquele movimento e eu sentia que eu não estava mais sozinha. Eu não tenho mais a empolgação do primeiro ano e há tempos que ando de bode da faculdade, mas talvez eu realmente não esteja sozinha.

sexta-feira, 4 de março de 2011

identidade

Hoje fui buscar meu novo RG, depois de passar anos com uma foto de uma pessoa que já não me representava mais. A foto era de uma menina com o cabelo lambido, conjunto de colar e brincos e a pele super bronzeada. A nova foto é de uma menina (ainda) com uma regata branca e cabelos rapados em processo de crescimento. No mesmo dia , que peguei minha nova carteira de identidade em mãos, me sinto desolada porque não tenho mais o  meu quarto, que sempre foi meu no sentido mais egoísta possível, o meu novo quarto , que é o antigo quarto da minha mãe, não passa de um cômodo que eu não pretendo frequentar. Aqueles móveis não são mais meus e os objetos não me representam fora do contexto do meu ex-quarto. Eu disse para a minha mãe que era apenas uma questão de disposição de móveis, e que amanhã mudaríamos tudo e tudo ficaria resolvido, mas isso foi para que ela se sentisse melhor depois de eu falar com lágrimas nos olhos, como uma criança mimada, que eu não queria dormir no novo quarto. E talvez eu devesse ter ignorado, por eu passar pouco tempo aqui, mas justamente, era aquele cômodo o meu refúgio. Portanto, me sinto fora dessa cidade, como sempre me senti, fora dessa casa, como me sinto há algum tempo , e agora, fora de mim.

quarta-feira, 2 de março de 2011

02/11

Às vezes abro essa página e imploro para que as palavras saiam de mim, mas ultimamente elas têm resistido, ou talvez seja mais fácil usar palavras de outras pessoas para descrever o que se passa comigo, e é sempre mais fácil usar as palavras alheias. Eu começo a ver um filme e fico distraída, começo a ler um livro e desisto, ouço os cds pela metade, quero ir embora no meio das festas. Quando criança eu desisti do ballet, da natação, da flauta e do basquete, mais tarde desisti do inglês, do francês e do italiano. Agora, quero desistir da graduação, mas não vou, porque desistir de algo quando se é criança é completamente compreensível, mas se o fizesse agora, não haveria perdão.