sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

amanhã eu faço alguma consideração, mesmo que banal, sobre qualquer coisa de 2010 ou 2011.

domingo, 26 de dezembro de 2010

these days

A realidade é e sempre será dolorosa, talvez pelo fato da realidade em si chegar de uma vez. Não quero e não vou entrar na discussão do que é real ou não, eu sei o que para mim é real e dói. Talvez eu ter passado o dia deitada na rede olhando a chuva seja mais uma fuga para que eu não pense nas coisas banais que sempre acontecem, mas que depois de um tempo fazem diferença. O que eu gostaria de verdade, é que eu pudesse narrar os fatos de uma maneira diferente, para que não ficasse tudo tão óbvio e que ainda houvesse um certo mistério nessas postagens tão cotidianas. Mas exagero, impaciência e inquietude são as palavras que, segundo as outras pessoas, me definem. É, eu enjôo das coisas e das pessoas facilmente, as pessoas que me conhecem reclama que eu gosto de dar sumiços repentinos por longos dias. Na verdade eu nunca consegui levar as coisas adiante e minhas amizades vão se gastando com o tempo, até eu não querer mais ver essas pessoas que até ontem eu contava meus segredos. Talvez por eu ser exagerada, pensem que eu tenho um grande potencial para me tornar uma pessoa alcoólatra e viciada em qualquer tipo de droga, mas apesar do meu exagero e inconstância, eu ainda tenho um pingo de sensatez, embora eu não faça questão de que isso seja provado. Eu não quero uma aprovação familiar para o que eu faço ou vou fazer da minha própria vida. Eu posso estar insatisfeita, mas a verdade é que isso acontece constantemente, porque como já disse, eu enjôo das coisas, mas chega uma hora que é preciso fingir que se gosta de algo e levar até o fim, e é o que eu faço com a minha vida, vou empurrando.

I've stopped my dreaming,
I won't do too much scheming
These days, these days.
These days I sit on corner stones
And count the time in quarter tones to ten.
Please don't confront me with my failures,
I had not forgotten them.

sábado, 25 de dezembro de 2010

a paz e a calma soam como desespero de pessoas inquietas

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Eu deveria registrar minha raiva natalina, mas eu não tô com raiva. Tô indiferente e era isso que eu queria. O vizinho já está ouvindo música altissima, as crianças já gritaram pro papai noel, minha mãe já tá dormindo e esse ano não teve briga. E eu me preparo para uma semana cheia de turistas. E é esse o clima das festas de fim de ano, que são tristes porque aí que percebemos que o tempo realmente passa.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

19

Penso que nesse ano percebi muitas coisas, e fazendo um balanço dos 18 anos, chego a conclusão de que não poderia ter sido tão ruim e tão egrandecedor. Aprendi que pessoas, cachorros, gatos ou qualquer ser vivo que gostamos sempre vão embora de alguma maneira, mas outras pessoas voltam de repente para fazer alguma reviravolta. Sim, a omissão, assim como a mentira, tem pernas curtas e o amor vai nos matando a cada dia, para que da próxima vez a gente se arme até os dentes para se proteger disso que deveria fazer bem, mas não faz. Nesse aniversário, me sinto destruída por fora e por dentro, não há muito o que comemorar, não fiz coisas novas, extraordinárias ou notáveis. Eu não tenho mais 17 anos, e eu estar onde estou não importa mais para ninguém, infelizmente , como todas as pessoas dizem, as responsabilidades vão aumentando junto com a idade. Penso que eu deveria estar me preocupando com vestibulares nesse exato momento, e não indo para o 3º ano da graduação, mas isso não é uma nota de arrependimento, só que uma das coisas que aprendi nesse ano tão conturbado, foi pensar em todas as possibilidades e tentar agir com calma, porque pressa eu tive até agora, e não me levou à lugar algum.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

luzes de natal

Eu desci para fumar um cigarro e assistir o fim do dia no canto onde as pessoas deprimidas desse condomínio costumam ir e fiquei reparando nas luzes coloridas de natal que piscavam em uma janela qualquer, e isso me lembra que essa data existe, e penso que o que mais me irrita nisso tudo é que as pessoas ficam felizes e ansiosas esperando essa tal festa, me irrita elas terem onde ir nesse dia, me irrita até elas gostarem de natal, vai ver isso seja a tal dor de cotovelo ou talvez eu, como tantas outras pessoas não gostam mesmo e sentem uma vontadezinha de ser o Grinch e destruir o natal. Para mim, tudo parou de fazer sentido quando ganhei um gravador, meu último presente do papai noel. Eu não sinto vontade de voltar para o tempo que eu gostava de natal e nem desejo que essa data venha a ser feliz novamente, o que eu gostaria é que algum dia eu possa ser indiferente à tudo isso, mas as malditas luzes piscantes das janelas das pessoas contentes não me deixam.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O ano está acabando e com isso vem todo o desgaste de decepções acumuladas, era para ter sido ótimo, mas não foi. Depois de tudo, eu não sinto mais vontade de voltar para a casa da minha mãe, pois justamente já não é mais minha, e uma das poucas coisas que me faziam pertencer lá, morreu semana passada. Minha cabeça dói e eu não consigo pensar direito, não consigo começar a fazer o que preciso para que esse ano finalmente acabe, fico ansiosa o tempo todo e não sei o porque. Na verdade eu queria poder escrever um conto e não essas lamentações que me parecem ser tão comuns, mas como eu disse, eu nem consigo pensar.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Fidelity - Regina Spektor

Maria Luíza era seu nome, e sempre que ouço essa música, um dia me vem a cabeça.
Praia dos Sonhos, à tarde, vodka sabor morango e todas minhas amigas. Ela não estava lá, mas eu só pensava nela e acho que era recíproco. Eu tive medo e antes que algo acontecesse, eu desfiz todos os planos. Na época eu já pensava que estar com uma pessoa que você já trocou mais do que um simples dialogo, é algo muitíssimo arriscado. Acho que hoje penso exatamente da mesma maneira, porque pude comprovar que realmente é algo arriscado. Eu só acho um absurdo que o meu medo de estar com alguém só desapareça quando não há mais chances. Eu espero começar a acertar daqui para frente.

"Mas se alguma coisa haviam aprendido juntos era que a sabedoria chega quando já não serve para nada."

terça-feira, 23 de novembro de 2010

à mim no passado

Se puder não perca tanto tempo com idiotices e vá mais à praia para fazer coisas novas, fique com mais pessoas, mesmo que sejam aquelas da escola, que você sempre achou idiotas. Tenha coragem de arriscar um pouco, e quando impuserem algo, diga não veermentemente, pule a janela e fuja de casa para ir nas festas que tanto queria, ninguém perceberá. Não fique tantas horas no computador, dê um rolê e converse com qualquer alma viva que cruzar seu caminho, fure um piercing e pinte seu cabelo de verde, como sempre quis, ande mais de bicicleta e gaste menos com croissants e mais com algo que dure e te traga qualquer tipo de lembrança feliz desse tempo besta. Talvez você pudesse ter amadurecido ali e não em qualquer outro momento mais doloroso.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Há dias não subo essa maldita rua para ir à qualquer lugar, não me importo mais se o que faço vai contra tudo que acredito e procuro outras formas para que eu possa me sentir como se ainda estivesse aqui, para que haja algum tipo de reconhecimento. Não ligo se mais pessoas agora lêem isso aqui e de alguma forma se preocupam, não preciso desse tipo de cuidado, não agora. Já não sei se devo acreditar em tudo que sempre me falaram, mas o que já estava confuso, mas acertado, agora virou de cabeça para baixo. Tento parar e me concentrar para a prova que tenho que fazer, que normalmente eu faria em dois tempos e ainda acharia graça, mas eu não vejo mais graça em nada.

sábado, 13 de novembro de 2010

coragem é para pessoas fracas

Nessas reflexões sobre a vida, descobrimos que a perda de confiança é algo reciproco. Aliás, não vale a pena falar aqui. Eu, como todas as pessoas mortais com o minimo de entendimento, tenho vontade de me matar, mas eu tenho medo e esperança de um dia casar (no papel) como uma mulher, ser mãe (não biologica) e poder leva-las parfa nadarem peladas em algum lugar. Eu tenho 18 anos, e já me desgastei tanto por causa de cada besteira que até dá vontade de rir e depois chorar. A situação é tão cômica que o meu riso é mais desesperador do que qualquer tipo de choro. Eu passo pela ponte e tenho vontade de me jogar, mas não porque eu não quero , eu gosto muito disso aqui, mas é tanta merda que me acontece. Sei lá, vamos ver no que vai dar, tenho um dedo para pedir carona caso tudo seja horripilante, e será. Queriam que eu passasse no vestibular, e eu passei, queriam que eu fosse algo que eu não vou ser, mas eu fingi bem por muito tempo e talvez ainda exista alguém com qualquer tipo de esperança. Me acho até muito convencional em descobrir que os meus planos são os mesmos das outras pessoas, a minha missão na terra, se é que isso existe, é conseguir qualquer tipo de segurança e estabilidade.

sábado, 6 de novembro de 2010

Unruly girls
Who will not settle down
They must be taken in hand

É triste ter que confirmar que a sua mãe é a pessoa que você não quer ver nem pintada de ouro porque você nunca fará o tipo da normalzinha para se exibir para as vizinhas futriqueiras do bordado. Não existe amor no mundo que supere tanta pressão e fervor religioso. Às vezes fico com um "eu te odeio intalado na garganta", porque a pena e a compaixão são terríveis, isso que me faz me sentir menos gente. E ela deve se perguntar onde aquele futuro brilhante foi parar, a questão é que ele deixou de existir a partir do momento em que eu tive que decorar a maldita tabuada.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

But it was only, fantasy
The wall was too high, as you can see
No matter how he tried, he could not break free
And the worms ate into his brain

Hey you
Out there on the road
Always doing what you're told
Can you help me?




Estava lá com ela, mais uma, mais uma vez apenas por inércia. Dessa vez eu soube o nome, não teve jeito, ela era bonitinha como todas são, era gostosa como algumas são. Mas por um acaso, ou necessidade, tivemos que dormir juntas. E aí, chega ao meu limite, pois dormir traz um outro grau para qualquer relação, mesmo que casual. Eu sei porque aconteceu tudo isso, todas essas enormes coincidências de uma noite atípica.















às vezes penso que não tenho salvação.

domingo, 24 de outubro de 2010

Eu sempre precisei ter uma casa em que eu gostasse de ficar, nem que fosse para guardar minhas coisas e saber que tenho um lugar para dormir. Agora eu tenho isso, e eu tenho um quarto agradavel, tenho onde guardar minhas coisas e onde ficar quando não quero conviver. Mas até quando? Não quero uma paz que dure um mês, para mim a incerteza sobre onde morar é a pior de todas , e eu nunca pensei que algo aparentemente tão banal pudesse doer tanto todos os dias, porque eu preciso e sempre precisei de poucas certezas, e saber onde fica minha casa é uma delas.
Hoje eu deveria fazer uma grande postagem sobre arrependimento e ressaca, mas isso é tão previsivel, como tudas as festas aqui são, que resolvi não me arrepender para dar alguma diferença. E aqui, no calor do meu quarto, ouvindo Bethânia, estou bem.


sábado, 23 de outubro de 2010

distâncias

quanto mais próximas fisicamente as pessoas são, menos eu sei lidar. prefiro o risco

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

qualquer maneira de amor valerá

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

blue monday, or wednesday

Tell me how does it feel
When your heart grows cold


Ainda tentando me livrar das coisas que me fazem mal, resolvi me matricular na academia, pensei que canalizar e investir minhas energias nisso e não em masturbação seria uma boa coisa. Entrei naquele ambiente tão estranho e hostil, subi numa bicicleta que mais parecia um aparelho de tortura e comecei a pedalar (obviamente) , respirando fundo e pensando que aquilo deve valer de alguma coisa, mas assim que se de inicio a tortura, "Blue Monday" começou a tocar, era uma coincidência absurda, fiquei com vontade de chorar e me espatifar naquele chão, mas então comecei a pedalar mais forte, com mais vontade, fingindo ter algum objetivo real na vida, para querer estar viva aos 30 anos, e foi assim que eu percebi que a academia é uma droga, para mim, mais uma fuga.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

dia das crianças

Ontem eu tinha em mente, postar uma lembrança feliz do dia das crianças, de um dia eu ganhei um pirulito de marshmellow, mas hoje eu não tô afim dessa hipocrisia toda. Só lembro de como era fácil desabar de chorar, chorava porque caia e me machucava, porque não queria comer, porque não queria ir embora de algum lugar ou porque eu não podia assistir Power Rangers, Hoje tenho inúmeros machucados pelo corpo, um roxo na perna, um corte no dedo, um dedinho inchado e dois pseudo cortes horrorosos nas costas. Também, estou com os pensamentos de sempre e mais alguns, suficientes para me deixar muito mal. Mas pelo visto isso tudo não é o suficiente para fazer sequer uma lágrima escorrer. E assim começa, e provavelmente acaba, mais um feriado.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

You let me violate you
you let me desecrate you
you let me penetrate you
you let me complicate you

Help me
I broke apart my insides
(Help me)
I've got no soul to sell
(Help me)
The only thing that works for me
Help me get away from myself
Parece que será uma semana daquelas, com muitas inspirações para escrever aqui.
Hoje penso em como meu quarto se tornou um lugar agradavel e possível de ser habitado, penso que me sinto bem aqui, mas sei que é passageiro e essa calma será fugaz, como tudo.

domingo, 10 de outubro de 2010

estupidez

Acho que já foi o tempo que eu achava interessante ter a família que eu tenho, mas os vícios alheios tem me deixado profundamente irritada, não sei se é pior ter um pai que bebe ou uma mãe bipolar que fica jogando café mania. Eu sei que eu deveria relevar muitas coisas, mas eu já não consigo. Hoje, apagando emails antigos, me deparo com um extremamente ofensivo, que resolvi apagar e sorrir pensando que tudo já passou, mas é mentira, não passou e provavelmente nunca vai passar, como a maioria das coisas absurdas que me fizeram passar desde sempre. Não reclamo de falta ou excesso de amor, reclamo de pessoas que são mal resolvidas e que não conseguem resolver seus próprios problemas e frustrações. Pessoas que brigam por causa de um furo numa lata de azeite (sim, aconteceu) são totalmente insanas. E eu realmente não entendo como algum dia pode ter havido qualquer tipo de amor ou desejo ali, eu já não me sinto como um peso para ambas as partes, agora parece que quem carrega o peso sou eu, o peso de ver duas pessoas, extremamente sozinhas e perdidas, procurando algo que nem elas sabem o que, se agarrando em coisas banais e em lembranças felizes para continuarem existindo além de seus corpos, dizendo que nada vai melhorar, mas vai chegar o tempo onde os sonhos se realizarão. Parabéns, realmente me criaram bem, sem nenhum GRANDE trauma, tirando às vezes que me eu escondia em baixo da mesa para não sentir a estupidez de suas brigas intermináveis. Eu não vejo sentido em ter mãe e pai em casas separadas, sendo que continuam brigando todas as semanas.

sábado, 9 de outubro de 2010

Eu nunca, NUNCA tive força de vontade.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

hipocrisia, convivência, sentidos e clichês

Duas conversas no msn:
"Eu digo:
é que acho que ninguem vê sentido algum em ficar estudando/trabalhando pra morrer um dia, sendo que a vida é 90% tristeza e 10% felicidade e amor
mas às vezes penso que esses 10% são realmente bem legais
não que compense toda a merda
mas como ninguém sabe como é depois de morrer.."

"fulano diz:
por exemplo
a gente convive em várias pessoas
ai vc tem que dizer que fez uma coisa não pq não quis
mas pq não ouviu que era pra fazer
po
queria poder dizer
eu acho uma merda e não vou
e ser normal
Eu digo:
ah
tipo falar que gostou de laranja mecanica
eu acho uma merda
e acho uma merda esse monte de gente com talento
mas eu falo
e nao vou
bla
ah
mas essa é a merda de conviver
se fosse fácil, o mundo não estaria esse coco
fulano diz:
se grito resolvesse porco não morria
Eu digo:
pois é
conta até 10
e imagina uma bigorna caindo neles
ou eles pisando na merda
ou um passarinho gagando na cabeça deles"


A próxima etapa seria parar de roer unhas, mas é algo que eu faço desde que me conheço por gente, mesmo com as tentativas da minha mãe de colocar pimenta nos meus dedos, o azar dela é que sempre gostei de comida picante, e eu sempre gostei de ver sangue saindo dos meus dedos, não é nada demais, apenas algo que me dava prazer, hoje nem tanto. Hoje, como as unhas sem perceber, porque não há um termômetro de ansiedade, de tristeza, de alegria ou de raiva, porque acho que todas estão imensamente presente todos os dias, e eu sempre penso nessas coisas quando tenho que fazer algo que não gosto de fazer, como lavar a louça.



terça-feira, 28 de setembro de 2010

misantropia

Às vezes perco a noção de tempo e espaço e me tranco nesse prédio, sem me importar com a prova que se aproxima, com a matéria que eu posso bombar por faltas, com as burocracias sempre presentes e com a vida que passa em algum lugar lá fora. Me sinto tão caseira, e por vontade própria, que me pergunto o que pode estar acontecendo de errado, queria saber o porque das pessoas não serem mais tão encantadoras e o mundo não ser mais uma grande novidade que vinha correndo para cima de mim.

domingo, 26 de setembro de 2010

cri cri cri

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Não sou de descrever fenomenos metereológicos, mas talvez essa seja a primeira vez que eu presenciei uma alegria geral, contida há muito tempo. A alegria é porque o dia amanheceu horroroso, e o cansaço e suor não toma mais conta das pessoas por alguns instantes. Os dias bonitos e azuis não me trazem nenhum tipo de alegria, apenas saudades imensas que transbordam quando penso em areia, conchas ou mar. Penso que há tempos me imagino mergulhando mas por algum motivo não consigo fazer, porque estar lá também é uma perturbação, estar lá não me deixa tempo e não me dá a paz que eu preciso para dar um mergulho. Hoje estou alegre porque não sinto vontade de estar em outro lugar, a chuva, que na verdade nem caiu direito, mas parece lavar todas as besteiras passadas, e respiramos, agora num ar limpo e úmido, talvez isso dê um folego para a vida, que há tempo parecia bater em ritmo desacelerado.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

estorvo

Ando em falta comigo mesma, já não sei mais o que é fazer algo justo ou que faça qualquer sentido. Seráque existem decisões pensadas por muito tempo e que ainda sim são precipitadas? Qual deve ser o limite de incomodo que a personalidade de outra pessoa pode causar? É um quebra cabeças sem fim, em meio a tantos absurdos, tento achar algo que se encaixe nessa história toda.

domingo, 19 de setembro de 2010

Tento dizer em poucas palavras o que muitas coisas não podem calar, mas fica difícil, ou até mesmo impossível quando tantas coisas acontecem em um curto espaço de tempo. Então, o melhor, para variar, é não falar e afirmar muitas vezes que está tudo bem, não só com os espaços físicos que frequento, mas com tudo em mim. É como dizer que tudo está bem como sempre esteve. Acredita quem quiser, porque não entendo qual o problema de eu sentir raiva e achar muitas coisas uma grande merda, porque eu acho e continuarei achando.


foi uma semana turbulenta, num ano turbulento.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

vaca amarela voluntária

Sempre procuro evitar conflitos, por isso que muitas vezes faço coisas que não tenho vontade, como lavar uma louça que não é minha. Evito conflitos porque odeio desgaste, às vezes me acham idiota por me calar, mas acho idiota a incessante discussão que não leva à nenhum lugar.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A mesma estrada carrega a mesmice da tristeza, indo ou voltando, sempre me pergunto o porque de tanto desgaste, fazer malas nunca foi algo tão habitual para mim, mas não fico feliz de estar viajando, é só um ping-pong de uma casa até outra, e nenhuma tem aquele significado maldito de "lar".

terça-feira, 7 de setembro de 2010

triste

Hoje cheguei a conclusão de que todas as pessoas que gosto de verdade moram muito longe, aquele longe que o meu dinheiro não é capaz de me fazer chegar. Só não sei se gosto porque moram longe ou se moram longe porque gosto.



que merda.

domingo, 5 de setembro de 2010

Quando me deu sua mão, gelada, no meio daquela avenida escura que parecia não ter fim, algo tomou conta de mim e percebi que não podia conter. Senti algo arrepiar, o mundo parecia tremer e lá em baixo eu me sentia como há tempos não sentia. O cheiro era inebriante, já me sentia tonta, queria tirar as roupas, as dela e as minhas, ali mesmo, no meio da rua escura, para que pudéssemos nos usar, porque naquela altura era óbvio que ambas queriam isso. Eu já não conseguia lembrar direito o porque de estar naquele caminho escuro, numa noite quente e estrelada, mas seguia meus passos com medo do que viria a seguir, me sentia pequena e insegura em sua presença , que era tão forte, segura, madura. Quando chegamos, bem, não lembro direito, apenas borrões e a lembrança de um olhar quente e melancólico, acordei com dificuldade de lembra onde estava, quando me percebi, corri para cobrir minha nudez. Até hoje tento entender o que houve e me descomponho com sua presença.

sábado, 4 de setembro de 2010

maybe I was in the dark
but why'd you have to steal my heart?
well, I didn't plan to go berserk
baby, you were such a jerk

minha memória consegue gravar datas com facilidade.
o tempo corre mais rápido do que eu gostaria.
na época, eu não tinha certeza do que iria ser, como quase tudo que acontece.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Reflexões baratas

Atração sexual pode ser uma coisa louca, ao menos, até onde sei, essa atração não te deveria fazer gaguejar, tremer e te consumir com uma ansiedade sem fim. E qual seria o limite? Algumas coisas não se resumem em uma "foda", ou duas, três. Uma atração apenas sexual não deveria causar medo ou espanto, não deveria ser escondida, tem coisas que masturbação não resolve, às vezes é preciso de mais para poder impulsionar os dias tão apagados, ao menos eu preciso. Às vezes fica dificil nomear as coisas, mas uma atração sexual não deveria te fazer ir embora quando o objeto de desejo em questão também vai, mas não é paixão ou amor, é apenas um sexo, talvez nem tão bom, mas que te move, que te dá um objetivo, o de ir atras para fazer mais.




*post baseado em observações que eu fiz (inevitavelmente) das pessoas presentes no meu cotidiano e em mim, já que o blog é meu, e nele eu escrevo o que eu quero.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Der Steppenwolf


Já sinto dor e sofro, mas nunca pararam para perguntar se eu queria isso. Dessa vez eu escolhi a dor, o sofrimento e o sangue, mas era por algo que valia a pena, algo que representasse a a tristeza e a alegria, o humana e a animal, a paz e a perturbação, tudo em um mesmo desenho, em uma mesma pele.


quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Outro dia, falando sobre as carências afetivas, soltei a frase "as pessoas são singulares", e agora pensando bem, existem níveis de atenção, e cada pessoa exige um, e o meu problema sempre foi identificar isso.

domingo, 22 de agosto de 2010

sinceridade no diminutivo

No escuro da festinha dos anos 60, com suas saias, vestidos, maquiagens, rebolados, o tal jeito de dançar as musicas dos Beatles e ambiguidades, todas elas são bonitinhas.

O que espero são festas que não sejam inhas e meninas que consigam ser mais do que bonitinhas.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

uma metafora idiota

- Quer dar uma volta?
- Não, melhor você ir e eu ficar aqui mesmo.
- Ok, mas...
- Minha mãe sempre diz que com o tempo eu vou aprender , só de olhar, qual a quantidade certa de sal e pimenta que devo colocar na comida. Até lá, vou apimentando, salgando ou deixando a comida completamente sem gosto. Deve ser assim com as relações, com o tempo eu vou aprendendo quando devo ir e quando devo ficar, como agora eu não sei, talvez seja preferivel ficar.
-Entendi.
- Mas por outro lado, embora eu não saiba temperar as coisas direito, sei fazer frituras muito bem, a comida também ficaria gostosa sem fritar, mas não iria entupir minhas artérias, não seria nem um pouco nociva. Talez a graça seja essa, de fazer mal, de desgastar, e usando essa metafora idiota de comida e relações, eu deveria sim ir com você, porque o dano é sempre um risco.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

changes

Lembro que ha dois anos atras, em um sabad, eu havia acordado e a primeira coisa que me veio na cabeça, foi que aquele seria o dia de deixar alguns medos de lado. E foi.

posto aqui o que pensava no dia seguinte (que na verdade foi o dia que aconteceu, se levar em conta que era mais de meia-noite, hehe)



domingo, 17 de agosto de 2008

I still don't know what I was waiting for
And my time was running wild
A million dead-end streets
Every time I thought I'd got it made
It seemed the taste was not so sweet
So I turned myself to face me
But I've never caught a glimpse
Of how the others must see the faker
I'm much too fast to take that test

Ch-ch-ch-ch-Changes
(Turn and face the stranger)
Ch-ch-Changes
Don't want to be a richer man
Ch-ch-ch-ch-Changes
(Turn and face the stranger)
Ch-ch-Changes
Just gonna have to be a different man
Time may change me
But I can't trace time

I watch the ripples change their size
But never leave the stream
Of warm impermanence and
So the days float through my eyes
But still the days seem the same
And these children that you spit on
As they try to change their worlds
Are immune to your consultations
They're quite aware of what they're going through

Ch-ch-ch-ch-Changes
(Turn and face the stranger)
Ch-ch-Changes
Don't tell them to grow up and out of it
Ch-ch-ch-ch-Changes
(Turn and face the stranger)
Ch-ch-Changes
Where's your shame
You've left us up to our necks in it
Time may change me
But you can't trace time

Strange fascination, fascinating me
Changes are taking the pace I'm going through

Ch-ch-ch-ch-Changes
(Turn and face the stranger)
Ch-ch-Changes
Oh, look out you rock 'n rollers
Ch-ch-ch-ch-Changes
(Turn and face the stranger)
Ch-ch-Changes
Pretty soon you're gonna get a little older
Time may change me
But I can't trace time
I said that time may change me
But I can't trace time

16 de agosto, é um dia impossível de se esquecer, é como se eu tivesse
"desabrochado", eu ainda estou aqui tentando lembrar de todos os detalhes e me
amaldiçoando por precisar de vinho para ser quem eu sou.

hoje não preciso de vinho, já não penso da maneira que pensava antes, já tenho certeza do que gosto, mas tento não usar os tais rotulos, na verdade é esse o esforço de agora. De pensar que em dois anos já tive quedinhas, me apaixonei, quase morri de amores, já fiz tantas coisas escondida e tantas outras bem visiveis, fiz amizades com meninas de vários lugares, me identifiquei com uma causa (a minha!) e deixei de ter pensamentos tão atrasados. Me conheci, me achei, parei de me reprimir. E aí brincam e dizem "nossa, mas você lembra a data certa?". Lembro, gosto muito de datas, de números e de quantificar as coisas, gosto de fazer uma comemoração bem humorada de algo que me tirou de um sofrimento de alguns anos, claro que depois vieram outros, mas nem se compara ao sofrimento de ser uma pessoa reprimida, cruz credo!
E agora, de muitissimo bom-humor, ouço a mesma musica e me guardo para uma comemoração amanhã, porque comemorar coisas boas nunca é demais, nunca é fútil.

domingo, 15 de agosto de 2010

É dificil pensar em não pensar quando a imagem sempre aparece.

sábado, 14 de agosto de 2010

same shit, diferent day

Find them
Feel them
Fuck them
Forget them

E a gente vai errando de novo, fazendo tudo igual, não sabemos onde estamos mas estamos, e então a gente quer sentir, só não sabemos o que, e aí eu procuro um meio de viver nesse absurdo, e então morro cada vez mais, e esse é o paradoxo, morrer um pouco para poder viver. Já não me lembro de alguns sentimentos, já não sinto mais frio na barriga, as pessoas são todas iguais, todas sem nenhum encanto, não existe mais o frio na barriga. Tenho cicatrizes e dores pelo corpo, tenho sono e cansaço e tenho a conhecida melancolia. Teria sido melhor ter ficado em casa? Não, porque em algum momento alguém inventou a frase















quem não arrisca não petisca

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Parece que foi ontem aquela pausa por causa da gripe suína e toda a ansiedade e expectativa que eu sentia, aquela vontade que eu tinha de demonstrar ser madura, de deixar visível de todas as maneiras que eu era mulher e não pirralha. E aí, fui me destruindo aos poucos, mudando o que eu era e tentando amadurecer em pouco tempo. Sim, parece que foi ontem que comecei a me destruir fisicamente e de tantas outras maneiras. E é incrível o que uma única pessoa é capaz de fazer, quer dizer, foi capaz. Hoje fico tão aliviada de olhar para ela e ver apenas mais uma pessoa que tenho carinho, mas que não me deixa ansiosa, com medo ou muito feliz, não me faz mudar ou ficar triste, é apenas indiferente, e isso que eu eu sempre quis. Engraçado como o poder que uma pessoa tem sobre a outra passa, e aí fica dificil ver o que era tão atraente antes. E deve ser isso que acontece com qualquer tipo de amor ou atração, na verdade é o que espero, que o contrário do amor (é a pergunta que se faz a personagem de um filme que eu quero ver) é a perda de significados, aquele cheiro tão conhecido não significa mais nada, tal momento outrora tão especial torna-se apenas um borrão na memória e assim, as coisas vão mudando de significado, talvez.
Perdoem-me se gosto de rótulos.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Se acaso me quiseres
Sou dessas mulheres que só dizem sim
Por uma coisa à toa
Uma noitada boa
Um cinema, um botequim
E se tiveres renda
Aceito uma prenda
Qualquer coisa assim
Como uma pedra falsa
Um sonho de valsa
Ou um corte de cetim
E eu te farei as vontades
Direi meias verdades
Sempre à meia luz
E te farei, vaidosa, supor
Que és a maior e que me possuis
Mas na manhã seguinte
Não conta até vinte, te afasta de mim
Pois já não vales nada
És página virada
Descartada do meu folhetim

Quiseram fazer um quadro imitando um seriado gay famoso. Nomes e riscos se ligando, quando vi parecia ser algo empolgante, mas quando vi meu nome aos poucos sendo ligado a tantos outros, senti algo besta, como se nada valesse menos que um beijo. Conto em uma mão as que para mim valeram mais de que um risco nesse quadro.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Esse lugar me é estranho, não há cor e nem vida nessas paredes. Os passarinhos cantando sem parar me irritaram, os pingos da geladeira descongelando me lembram a chuva que eu desejava que caisse ontem para eu não ter que ir embora. Aqui estou, sozinha como sempre desejei, não há riso ou choro de crianças ou barulho de televisão, não há com quem dividir a cama ou horário para despertar.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Oh, sim, eu estou tão cansado
Mas não pra dizer
Que eu tô indo embora
Talvez eu volte
Um dia eu volto
Mas eu quero esquecê-la, eu preciso
Oh, minha grande
Ah, minha pequena
Oh, minha grande obsessão
Oh, minha honey baby

Penso em deletar orkut, sumir do msn e esquecer que o facebook existe. Sei que não terei a coragem de abandonar. Penso em não sair de casa, em não conhecer ninguém. Hoje recebi uma mensagem, que dizia assim: "vou dar um tempo fora. resolvi fazer uma internação voluntária, dae já fica sabendo. Beijo.", também recebi outros emails,e então, parece que tá todo mundo querendo fugir da vida, ou que a vida fuja. Tive muito tempo para pensar no que quero, mas só consegui descobrir o que não quero (vide post anterior). Mas talvez eu queira hábitos mais saudáveis, pessoas mais seguras, objetivos reais e um pouco de sanidade. As saudades que sentia semana passada já se foram, não existe nenhum lugar conhecido que eu deseje estar nesse momento, não existe ninguém que eu queira ver, não há um corpo a me esperar.

sábado, 31 de julho de 2010

quem te viu, quem te vê

Não quero esconder meu amor em baixo de um fundo falso, não quero uma vida clandestina, não quero os dramas e o dizquemediz. Não quero que ouçam Maria Gadú ou Ana Carolina, não quero sair de regata branca e me sentir uniformizada. Não quero "nhnenhem", odeio quem faz voz de criança, não suporto conversar sobre futebol. O que quero, eu não sei.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Lembrou daqueles últimos momentos, nem fazia tanto tempo assim que havia partido novamente, com promessas de não voltar por um bom tempo. Foram dias agradáveis, apreciavam a companhia mutua, havia uma tal de cumplicidade naqueles goles de cerveja no bar da praça, em baixo do guarda-sol, eram iguais agora, com experiências diferentes, mas talvez a mesma cabeça nas nuvens, ou melhor, no céu. Lembrou dos objetos estranhos sempre presentes naquela casa, no enorme pedaço de coral, no berimbau, numa dentadura achada na areia da praia, no quadro que foi achado em um bordel, na caixa de fotos, no colar de conchas pendurado na parede, nos livros estranhos em algum outro idioma. Lembrou, de quando havia um sofá e uma poltrona, lembrou do dia mais agradável de todos, quando tinha 6 anos e estava sentada nessa poltrona, assistindo qualquer coisa na televisão atentamente, quando surge uma cadelinha branca pulando e lambendo, o que pode fazer foi perguntar "ela vai morar aqui agora?", meu pai respondeu que ela já morava lá há algum tempo e que se chamava Penta. E ela era linda quando corria atras do rabo, quando tentava saltar pela janela ou quando ia me acordar com grandes lambidas, era uma peste quando comia os meus brinquedos e eu os via destroçados no seu coco, comeu todos minhas miniaturas da Turma da Mônica. Mas era mais linda quando ia para a praia e nadava divinamente, quando ia caminhar todas as manhãs, sem a coleira, e não arranjava nenhuma encrenca ou quando ia correndo atras da bicicleta, era linda e abatida quando deu a luz na cortina. E esteve reluzente em seu último dia, enquanto fazia as outras pessoas chorarem.

domingo, 25 de julho de 2010

Senti saudades da minha cama de lençóis brancos da Minnie, do abafado das chuvas de verão, do ventilador barulhento, do céu estrelado de nenhuma possibilidade, da macarronada com suco de maracujá que eu fazia reclamando, do manjericão da horta, do suor das sonecas à tarde, da minha obsessão por trancar todas as portas ao anoitecer, das madrugadas na internet, da falta de ter o que fazer, do silêncio cortado pelo barulho dos grilos.

Sinto saudades do verão, saudades da casa da minha mãe, saudades das panelas de inox, de ouvir o mesmo cd para arrumar a bagunça do quarto e saudades de não ser tão alheia.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Às vezes me questionam o que eu quero para mim e o porque de eu ficar com tanta gente (e nem é tanta assim). Agora já tenho uma resposta pronta para dar: "O coração tem mais quartos que uma pensão de putas"

domingo, 18 de julho de 2010

fail

Penso que as coisas poderiam ser diferentes se as pessoas que eu tivesse convivido fossem outras, se a família que acompanhou o meu crescimento de perto, fosse outra. Detesto despedidas, porque são sempre egoístas, sempre quero a pessoa mais um tanto, às vezes desejo até ter um pedaço dela ou guardar num pote mesmo. E em alguns dias, como hoje, percebo que a saudade existe e é uma coisa concreta, mas também percebo que apesar dos anos, quando vejo tal pessoa, parece que o último encontro foi ontem e então tentamos fazer várias vidas caberem em alguns dias, ou em um almoço de domingo, com cara de família, com uma paz estranha e gostosa. E tudo que me vem à cabeça são as piadas, brincadeiras e a imagem que eu tenho é de uma pessoa sensata num meio de um turbilhão de gente perturbada que é essa família. A partida não me dói, porque o que já era distante só ganhou alguns km a mais, me dói perceber que eu posso ter perdido tanta coisa na falta da convivência.

No mais, terei um novo lugar para conhecer e mais algum tempo de saudade, o que é pouco para quem já teve tantos anos.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

"home is where the heart is"

sempre achei idiota essa frase, sempre presente em perfis do orkut alheios, mas até que faz algum sentido agora. São raras as ocasiões que me sinto realmente em familia.












(ainda acho essa frase idiota)


sexta-feira, 9 de julho de 2010

Estavamos ali e ela dizia que nunca tinha beijado uma menina, mas dançavamos nos provocando a cada instante, eram mãos em cima, mãos em baixo, abraços e cheiros. Uma hora não conseguimos mais, e nos beijamos de repente, como quem não quer nada, e desse jeito ficamos o resto da noite, era fácil de ama-la só por aquela noite, por aquele ato, por aquele cheiro. Sabia que ela nunca se esqueceria daquela noite, e eu gostava disso, queria deixar algo além de uma marca roxa no pescoço, gostava de ser a primeira, de ter a responsabilidade de mostrar que aquilo não é errado, que é bom, que é gostoso. Ela era a melhor de toda a noite, apesar das outras serem incrivelmente decididas, preferi a indecisão daquela vez, queria amar instantaneamente alguém que fosse de fora, que não fosse pseudo-intelectual e pedante. E amei, aquele amor louco, aquele amor planejado, de sair e dizer "vou amar alguém por 5 minutos hoje", só que foi muito mais tempo. Ela foi embora, não nos despedimos, não havia necessidade. Não sei o nome dela, ela não sabe o meu e provavelmente nunca mais nos veremos. E é assim que eu gosto.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Eu poderia te dizer tantas coisas enquanto mato essa cerveja, poderia ter dito ontem ou em qualquer outro dia, mas quando tentei dizer, não acreditou. Talvez pensasse que fosse apenas a emoção do momento ou o algo que não fose eu falando por mim, mas não era, não costumo deixar que qualquer coisa se pronuncie por mim. Confesso que quero desistir disso, porque cansa, dói e é uma perda de tempo, não? Eu tento, de verdade, me convencer que os sinais que enxergo são falsos ou ilusões minhas, mas estão sempre lá. Preciso mesmo dizer tudo, mas não consigo, e eu sempre consegui, piso em ovos com medo de te machucar, e a mim também.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Sempre pensei que o maior risco de conviver com as outras pessoas, seja o fato delas poderem ir embora, fisicamente ou metaforicamente. E negócio é que sentimento de perda é sempre uma bosta. Talvez seja egoísmo de querer que as pessoas sempre estejam "aqui" ou "lá", apenas o que for mais conveniente para mim. Por favor, pessoas, fiquem.

sábado, 3 de julho de 2010

É uma linda manhã de sabado, daquelas que até as pessoas mais mau-humoradas são obrigadas a admitir. Faz um lindo dia e eu vou embora, feliz por estar indo e ao mesmo tempo um pouco triste de partir na época em que as pessoas se reencontram. Talvez triste apenas por ter que ir embora em um dia tão bonito.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

pé de amora

Após um dia inteiro de exaustão e insistências, chegaram naquele lugar familiar para ambas, entraram em uma fila, que era apenas um pretexto. Desanimaram-se com a quantidade de gente que havia tido a mesma idéia, então sentaram-se num banco, descansaram, se enconstaram e de repente todo o constrangimento e nervosismo passado foram embora. Enfim, beijaram-se e puderam esquecer de todos os porques e todas as voltas necessárias para que aquilo acontecesse. Fugiram para um lugar mais calmo, sentiram um gosto de amora, a textura misturada com o beijo. Uma foi embora e a outra fugiu por semanas.

terça-feira, 29 de junho de 2010

we slow hands

Yeah, but nobody searches
And nobody cares somehow
When the loving that you've wasted
Comes raining from a hapless cloud
Then I might stop and look upon your face
Disappear in the sweet, sweet gaze
See the living that surrounds me
Dissipate in a violet blaze

sábado, 26 de junho de 2010

always the hours

"Não, agora nunca mais diria, de ninguém neste mundo, que eram isto ou aquilo.Sentia-se muito jovem; e, ao mesmo tempo, indizivelmente velha.Passava como uma navalha através de tudo; e ao mesmo tempo ficava de fora, olhando. Tinha a perpétua sensação, enquanto olhava os carros, de estar fora longe e sozinha no meio do mar; sempre sentira que era muito, muito perigoso viver, por um só dia que fosse."

(Mrs Dalloway, Virginia Woolf)

sexta-feira, 25 de junho de 2010

o mundo é grande e a salvação está ao virar a esquina

Nessa imensidão não há para onde fugir, pela janela o mundo é vasto, mas o espaço que me é permitido é extremamente apertado, há sempre alguém espiando. Vejo luzes, ouço o barulho que vem de fora e desejo me transportar para qualquer lugar, que seja menos apertado, sem essa maldita tv, sem essas pessoas. Um lugar que não seja familiar, mas que mesmo assim eu possa fugir sem me perder.

Essa imensidão de carros, luzes, gente, bichos, de drama, de amor, de ódio, de paz, de morte. Essa imensidão de possibilidades, de ações. Não gosto de sentimentos contidos em poucos metros quadrados, gosto de coisas vivas.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Penso que poderia ganhar a vida jogando poquer, ou viver em uma fazenda para plantar o que vou comer. Ou assaltaria bancos, pediria caronas na estrada e viveria como num road-movie. Abriria um restaurante, seria uma sub-celebridade, iria fazer sucesso em qualquer lugar remoto. Conheceria o mundo, mudaria de nome e por aí vai.

não vejo uma maneira de conseguir o que quero.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

A chuva fininha de sempre, no céu escuro. Parece que nada vai passar, o tempo parou e as pessoas insistem em continuar caminhando para o nada. Uma segunda feira tão tipica, lembro-me bem de tantas iguais a essa. Lembro de estar exatamente nesse lugar (essa lan house) , fugia de algo, mas não fugia de mim, e hoje é isso que quero fazer, só posso fugir de mim mesma, porque o resto simplesmente fugiu de mim sem que eu notasse. Fico aqui, nesse dia notoriamente horroroso, fazendo de conta que não tenho mais nada para fazer ou nada de importante para pensar, mas não quero perder meu tempo, nesse dia tão nostálgico, pensando sobre qualquer coisa complicada demais, tipo meu trabalho de antropologia.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Minhas malas já estavam prontas, mas uma responsabilidade enorme pesava. Eu tenho que ficar, para depois ir para um lugar que eu não suporto, mais conhecido como casa do meu tio, onde terei que aturar tantas coisas que me dói até de pensar. Às vezes tenho minhas dúvidas de qual é o meu real dever como filha, sobrinha ou neta, hoje tenho que me submeter porque sou sustentada, mas me pergunto se as coisas realmente irão mudar quando eu ganhar meu próprio dinheiro.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

choque

Minha mãe achou meu maço de cigarro na bolsa ontem.
Hoje ela disse que tá ok, até fumou um e achou melhor que o que ela fuma, também disse que eu não precisava ter comprado um maço, era só pedir um cigarro para ela.

Às vezes desconfio dessas intenções.

!

You have been warned, I'm warned to be contrary
Backward at school, I wrote from right to left
Teacher never cared for me
Preacher said a prayer for me
God help the girl, she needs all the help she can get

sábado, 12 de junho de 2010

escrito dia 12/06, em uma folha antiga.

Penso que nesse exato momento estou nostálgica, para encontrar essa folha tive que fuçar em um fixário rosa, da Hello Kitty, cheio de anotações sobre aulas inúteis. Algo me fazia falta na época, e algo faz agora também. Falta contato, afetividade, companheirismo e talvez, distrações. 2006 foi o mais dificil, e já que tenho mania de dividir e compara coisas, cá estou em 2010, naquele ano eu ia assistir aos jogos vestida de verde e amarelo, ia na casa de alguém, iamos juntas e gritando, assoprando nossas cornetas e com os rostos pintados, a cidade era nossa naquele momento, tinhamos aquilo e tinhamos, principalmente, umas as outras, ainda havia aquele elo de confiança adquirido com muitas dificuldades e intrigas de pré-adolescência. Tanto faz quem perdia ou ganhava, perdiamos os gols porque estavamos interessadas em comer alguma delícia proibida numa tarde de semana.Só que sempre faltou algo, o vazio estava lá, algo acontecia naquele ano e eu não conseguia explicar. Agora me falta tudo, assistirei ao jogo por inércia, por falta de algo melhor para fazer, dessa vez não haverá companheirismo ou quitutes, somente o mesmo vazio.

tirado de um blog meu

"terça-feira, 12 de junho de 2007

"Remember me, special dreams"

Nunca pensei que ficar sem ouvir música na aula pudesse fazer tanta diferença.Ontem meus fones de ouvido quebraram e não deu tempo de comprar um novo para eu usar hoje, deixei o ipod em casa.
Se eu ouço musica, eu não ouço besteira e tenho desculpa para não conversar, mas além das besteiras de sempre, hoje é dia dos namorados, péssimo dia para eu estar sem os fones.Eu já sabia que estaria me sentindo assim hoje, mas não tinha nenhuma musica para me "confortar".Pensei até em não entrar na escola e ir para a praia, eu sempre faço as coisas certas, talvez só hoje eu pudesse fazer diferente, minha comemoração seria estar sozinha e não ouvir nada sobre esse dia, mas eu fiz tudo certo e fui para aula, ouvi o de sempre e mais o que eu esperava ouvir hoje, até ganhei camisinha e um folheto falando sobre sexo seguro!
Ano passado, nesse mesmo dia, mesmo sabendo que já estava acabando eu ainda tinha alguém que dizia que me amava, e faz exatamente um ano que ouvi isso de alguém de verdade que não fossem meus pais, estou começando até a desacreditar.

(ainda bem que comprei fones novos)"

Pois é, desde então muita coisa mudou.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

sem sentido

Vejo algumas coisas antigas que escrevi, bem mais antigas do que esse blog. Parece tudo bem bestinha, no diminutivo mesmo, para dar a graça de coisas escritas na adolescência (a anterior a essa) . Lembro de um período em especial, que foi ruim e terrivelmente libertador, não havia mais negação, teria que arrumar algo mais para esconder, mas as coisas iam brotando e eu nunca consegui esconder nada por muito tempo, fosse por vontade ou por pura falta de atenção. Amei várias, ao mesmo tempo e de maneiras diferentes, mas me rendia somente naqueles lugares fora de contexto, conhecia alguém, beijava e estava sem estar, queria algo mais, que fosse longe, fora , que não se encaixasse, que fosse absurdamente diferente do que eu era, acho que sempre quis algo que fosse fora do alcance para poder ter alguma graça. Até hoje é dificil de explicar a ansiedade que me consumia, a curiosidade, desejo, amor. Gostava muito do meu quarto, porque era lá que a coisa acontecia, era somente eu descobrindo algo totalmente novo, fossem em silêncio ou com música, no escuro ou no claro, era eu quem estava lá, tinha o controle, eu que me tocava. Também era lá que chorava em silêncio por tudo isso, não podia deixar que me vissem fraca, e daí que nunca mais deixei para que não tentassem me curar novamente. Em uma dessas coisas que escrevi com tanto carinho, vejo a palavra vergonha escrita inúmeras vezes, não era vergonha do que eu era, mas vergonha de amar, porque algum dia me enfiaram na cabeça que amar é sinônimo de fraqueza, e agora que já não acho que amar me torne mais fraca, tentam, e eu mesma tento me convencer de que o amor é uma construção social

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Minha mãe tem um arquivo no computador salvo como "Lari careca", toda vez que abro os meus documentos me dou de cara com essa foto, que foi uma das primeiras que tirei quando raspei os cabelos e que serviu para toda a minha família me criticar insesantemente. Não consigo entender o porque de tanta encheção, é apenas cabelo, é apenas o meu corpo e os motivos que me levaram a fazer isso são só meus. Eu não preciso de uma injeção de auto-estima, porque ela tá ótima, eu não preciso compensar o meu cabelo usando roupas super chamativas ou de uma escova progressiva de presente por ter um cabelo comprido, do jeito que as outras pessoas desejam para mim. Detesto até vir aqui e escrever isso apenas por causa de um cabelo, porque eu me sinto bem quanto a minha aparência fisica, sou bonita assim, do jeito que eu quis e não me importa se uma meia-duzia não ache.

terça-feira, 8 de junho de 2010

domingo, 6 de junho de 2010

Uma vez eu contei uma mentira grave, disse para uma menina de 8 anos que o mar se recolhia à noite, conforme a maré baixava. Eu disse bem assim:
-Tá vendo aquela linha ali? Bem longe? Lá é o fim do mar, é para lá que ele vai para descansar, mas quando a gente voltar aqui amanhã, ele já vai estar de volta.
Mas aí ela hesitou e perguntou:
-Mas por que no ano novo a gente veio aqui à noite e ele tava aqui?
Fui sagaz e disse:
-É porque é um dia de festa, e o mar também quer participar com a gente.

Lembrei disso no fim da tarde, quando fui levar uma "tapóer" para uma amiga da minha mãe da outra rua, já que estava de bicicleta, resolvi ir até a praia, o mar estava bravo, mas a maré estava baixa, parecia que ele ia se recolher para o merecido sono, porque ele nunca para, as pessoas sempre estão lá para admirar, ele tem a enorme responsabilidade de refrescar quando as pessoas estão com calor, de ficar alegre com turistas na temporada, com trazer calma para as almas perdidas que aparecem lá nos fins de tarde de feriados gelados, às vezes ele leva algumas pessoas, outras vezes elas deixam ser levadas. Eu sempre sonho que ele me prende, ele sempre me leva, mas acho que ele é sádico, sempre me dá esperanças de conseguir nadar até a margem, mas sempre manda uma de suas ondas me sugarem de volta, deve gostar de ver meu desespero ao bater as pernas e braços, em puxar o ar. Então me entrego, deixo que me leve. Acordo tentando respirar todo o ar do mundo de uma só vez, procurando partes minhas que ficaram nos caminhos, que nunca foram muitos, procuro coisas que me apontem o que me fez ser o que sou agora, mas eu também já não sei.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

O mesmo céu

O mesmo céu branco
das tardes de outono
das tarde perdidas
em um quarto escuro
ou em uma praia

as horas que corriam
com as folhas e os pingos gelados
num meio de transporte esquisito
chamado de bondinho
que sempre atravessava a ponte

às seis da tarde
depois do inglês, do francês
ou depois de matar o tempo
em algum lugar vago
com faces conhecidas

era o padeiro, a professora
o padre, a prima da fulaninha
a dentista, o pasteleiro
o médico, o bêbado
a louca e as estudantes

sempre as mesmas faces
nos mesmos lugares
perdidas onde a maresia tem poder
ela enferruja as pessoas
e aí pensam que está tudo bem

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Dessa vez não teve grito de redenção, desci do ônibus novamente em uma rodovia já conhecida. O dia também estava nublado, um dia realmente muito feio, daqueles sem um motivo a mais para seguir. Eu realmente não queria chegar ao meu destino, mas estava com vontade de fazer xixi.
Essa é a primeira vez que venho para cá sem ter a minima vontade, estou aqui sem ter um dia certo para voltar, me forçaram a estar aqui, e ficam pentelhando. Em algum post já disse que a graça é voltar para cá depois de longos períodos, gosto de testar meus limites. Fico em Marília até quando posso, dois, três ou quatro meses, aí faço uma burrada e fico duas semanas aqui.
Agora estou aqui, numa cidade que parece ser amaldiçoada, principalmente nessa época do ano, onde o céu fica escuro às 17:00.


Amanhã é o feriado mais colorido do ano, quando criança gostava de colorir os tapetes para a procissão, meus tapetes nunca tiveram temas religiosos, eram apenas cores, na verdade a graça era a sujeira de café, cascas de ovo e areias coloridas. Mas um dia o padre decidiu que os tapetes teriam que ser feitos em formas gigantes de madeira, com desenhos exclusivamentes religiosos, e de repente um dia tão colorido começou a representar dor, nunca entendi o porque de cultuarem um Jesus pregado e sofrendo, já que o barato do cristianismo é dizer que Jesus é amor. Os tapetes eram uniformes, eram cruzes, pombas e Jesus morrendo, eu realmente não entendo.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

fugas

Às vezes não gosto de indiscrição. A tarde hoje poderia ser tranquila, mas as janelas não permitem, as horas não permitem e os pensamentos muito menos. Fugi do meu lugar e não sei explicar bem o porque, não há uma única razão para isso. Geralmente sou indiscreta e escrevo tudo sem mistério ou nós, mas hoje não consigo, quero ser discreta e plantar a duvida em quem está lendo, só para ter alguma graça. Alguém que me conheça muito bem saberá de onde fugi, para onde fugi e talvez o porque disso tudo, por enquanto é só uma coisa abstrata.

a dica é : não fugi para itanhaém, hoje não. Só vou amanhã.

Achei essa foto condizente com meu humor ultimamente, bem que o lugar onde foi tirada podia ser uma rodovia, com uma placa que me apontasse algum lugar.

Ouvindo Interpol com o Pedrinho, que tirou a foto.

domingo, 30 de maio de 2010

I just cant see

Let’s get out of this country
I’ll admit I am bored with me
I drowned my sorrows and slept around
When not in body at least in mind

Tô verborragica ultimamente. Acontece que descobri algo muito interessante e devastador, cheguei a conclusão que Marília não é longe o suficiente. Vontade de pegar mochila e sair por aí eu até tenho, mas quer ir muito longe, e me estabilizar nesse lugar, seja ele qual for. Um lugar que as ligações telefônicas que minha familia eventualmente faria, sejam muito caras, então aos poucos deixariam de telefonar. Um lugar que tenha tranquilidade e agito na medida certa, provavelmente um lugar que só existe em minha cabeça.

revolta cult II

Nos filmes morrer é bonito, ou torna-se poético ou totalmente banal. Aliás, banalidade é uma palavra que gosto muito, acho que ela engloba muitas coisas. No momento penso que de tão cult, essa mostra de cinema se tornou banal demais, quando saí da sala e fui para o corredor do cinema no intervalo entre os filmes, pude ver muitas pessoas com cara de que sabiam tudo sobre qualquer coisa, mas na verdade pareciam prontas para tirar uma foto para qualquer coluna social. Não sei se em outros tempos eu gostaria muito mais desses filmes, porque acho que tenho certeza que não quero entender de cinema, quero assistir, gostar ou não gostar sem ter que me justificar, se for burrice minha, azar.
Também não sei se o problema agora sou eu, que não consigo ver a vida nem com poesia e nem com realidade suficiente, às vezes me pergunto se estou no lugar certo e se ando por aí com as pessoas certas para esse momento, não tenho talento ou noção de arte, sou burra, mais do que gostaria de admitir, na verdade. Um mero acaso aconteceu e estou aqui agora, outros acasos aconteceram e conheci quem não devia, beijei quem não devia , bebi o que não devia, disse o que não devia e estive em lugares em que não devia estar. Digo oi para quem não deveria e evito o olhar de quem realmente quero dizer oi e tantas outras coisas, tenho medo como o menino da calça branca do post de ontem, agora já não sei se estou pronta para me sujar, e tenho certeza que não depende só de mim.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Eu vi um curta, era sobre um menino que ganhava uma calça branca. Então ele deixou de brincar com os outros garotos para não sujar a calça. Eu lembro de quando eu era criança e tinha alguns medos parecidos, coisas que agora parecem ser bobas, mas não são, porque fazemos pior quando temos medo. Eu associei a calça com o medo de amar e da sujeira que viria com isso, não deixei que minhas calças brancas ficassem sujas. Hoje com certeza rolaria na lama e me sujaria, e se isso for uma metafora sobre amar, daria a cara a tapa.

sou ego, sou ista , eu sou egoísta.

Arrumei meu quarto, estendi um lençol sobre a minha cama que sempre esteve bagunçada. Me sinto bem, apesar dos eternos conflitos em um espaço tão pequeno. Não gosto de instabilidade , gosto de decisões firmes e de pessoas convictas, mesmo que as decisões sejam péssimas e as convicções sejam piores ainda , ao menos em coisas que afetem algumas ou muitas pessoas. Eu sou instavel, contraditória e às vezes indecisa, mas geralmente isso se resume apenas ao que eu vou vestir antes de sair de casa e a coisas amorosas/sexuais. Também sinto todas as tensões, mas agora devo ficar triste por eu me sentir bem aqui, porque eu gostaria de ficar aqui, mas talvez troque de casa antes do que imaginava, onde minhas únicas tensões vão ser com os móveis.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Mais uma postagem de despedida nesse blog, e a cada vez que vou de um lugar a outro me despeço de tantas coisas incontáveis e outras simplesmente grudam em mim. Quando cheguei em casa naquela manhã de sabado, queria fugir do sentimento que eu achava que ameaçava o que eu sentia pelo resto do mundo. Ela, a de inúmeros posts, beijou outra, e aí? Há tanto tempo que não me importava, que achei a minha crise de ciúmes tão amedrontadora que a única coisa que pude fazer foi fugir. Fugir delas, de todas elas, fugir daquela bebedeira, fugir das besteiras que digo. Voltando pra casa, as oito da manhã, na chuva e raspando minha mão no muro mais aspero que pude encontrar, decidi que iria embora para algum lugar seguro, que por sinal era o lugar tantas vezes tão perigoso. Fugi, me refugiei no quarto que sempre foi meu, mas naquela cidade encarei medos guardados com tanto cuidado. Não fugi, mas fui obrigada a ir para São Paulo, e aqui estou, digitando isso porque sei que em algumas horas irei embora e sei que essa foi uma das semanas mais dificeis de todas. Não é o cancer da mãe, é muito mais do que isso, como no outro post, choro sem saber o porque, talvez por perceber que esse negócio de familia importe sim, talvez por me pegar andando de mãos dadas com minhas tias e tios, por me pegar jogando video-game com a minha prima, por fazer as unhas na hora em que todas estavam fazendo. Eu me importo, sempre quis negar isso, sempre disse que não me importava com nada, que era só estar longe. Eu quero estar longe, quero muito, porque sei que quando estou perto, eu me importo, eu amo, eu me divirto. Não consigo conter minha alegria, estou contando as horas para meia-noite, para eu entrar naquele onibus e sumir.

sábado, 22 de maio de 2010

2006-2010

And in the first moment of her waking up
She knows she's losing it, yeah she's losing it
When the first cup of coffee tastes like washing up
She knows she's losing it, oh yeah she's losing
Oh yeah she's losing it

quinta-feira, 20 de maio de 2010

sobre as banalidades cotidianas

Se preocupam com a sujeira das ruas
Com a sujeira das pessoas
Com a sujeira que está no ar
Sujeira dos pés
Não percebem que a sujeira está em todo lugar

Na casa
No tapete
Na gata
Na vida

terça-feira, 18 de maio de 2010

Fiction

Já estava na garagem do prédio mas precisava voltar para pegar um sutiã especial que havia ficado no apartamento. Entrou no elevador e apertou o número 7, as portas se fecharam e ela num instante desabou, se afogou em lágrimas e soluços, chorou pela própria existência banal, pela estupidez humana. Sabia que havia uma câmera e que talvez o porteiro a estivesse vendo, mas não ligava, há muito tempo não fazia isso. Há algum tempo que só sabia chorar em silêncio e muito bem escondida, afinal, achava muito desagradável alguém que nem conhecia direito chorar na sua frente pois ficava totalmente sem reação. E lá estava ela, chorando num elevador que poderia parar em qualquer andar para qualquer outra pessoa subir. Ninguém entenderia, pois nem ela entendia nada naquele momento. Não precisava de profissionais, Jesus , ou qualquer tipo de salvação, não quero colo ou cafuné, não agora. Precisava de alguém que soubesse ficar em silêncio. A essa altura qualquer pessoa que estiver lendo isso percebe que essa história não é tão ficcional assim e que a personagem desse pseudo-conto sou eu, como em tudo nesse blog, porque devo ser egoísta e egocêntrica, ao menos foi isso o que sempre me disseram. No meu 2° acesso de choro do dia, dessa vez no carro, me disseram sutilmente que eu tô desse jeito (e alguém sabe o jeito que eu tô, ou como eu deveria me sentir com a minha própria vida?) porque eu nunca assumi nenhuma responsabilidade na vida. De fato, detesto responsabilidades, me manter viva já me parece uma grande. Não foi a responsabilidade ou cansaço que me libertou hoje para poder chorar sem medo, não sei o que foi e não quero saber. Me sinto mais leve apesar do peso enorme que é ter que estar ou parecer estar sempre bem. Sobre a postagem anterior, da criança recém-nascida, foi apenas o que senti na hora, e sim, o sofrimento de existir é inevitavel, mas não odeio crianças ou algo do tipo, pelo contrário.

podem em chamar de insensível e pessimista

As portas se abriram e ao contrário do que eu esperava, não saiu uma maca com um corpo grande, o que surgiu era um mini-corpo. De repente houve alegria no corredor gelado de rostos angustiados e apreensivos, as pessoas correram, sorriram e fotografaram. A enfermeira dizia que estava tudo bem, apesar do parto prematuro e que era um menino, o que dava para notar pelas vestes azuis . As pessoas choravam porque aquele pequeno ser havia chegado por aqui, choravam de alegria. Minha vontade era chorar de piedade pelo mais novo sofredor. As pessoas felizes foram embora e o som silencioso da angustia voltou a reinar naquele corredor, somente o som, porque para mim a chega do pequenino só me deixou mais angustiada. Podem dizer que eu não tenho sentimentos, porque eu sei que tenho, mas celebrar a vida parece ser a coisa mais imbecil que existe.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Head like a hole

Help me; I broke apart my insides
Help me; i've got no soul to sell
Help me; the only thing that works for me
Help me get away from myself

Eu lembro de quando eu tava no ensino médio e eu me sentava aqui, nessa mesma mesa, ouvindo a mesma coisa que estou ouvindo agora. E por algum motivo, eu gostava mais do que gosto agora, mesmo sem ter tido o "fucking like an animal", eu já sentia isso. Nessa semana vejo pessoas que estudaram comigo em todas as partes, elas parecem não se lembrar de mim e eu agradeço. Fico feliz por cada pessoa nessa cidade não se lembrar ou não me reconhecer, eu também já não reconheço mais nada, muito menos esse lugar onde moravam meus sonhos. Reconheço lugares escuros onde faziamos coisas escusas. Reconheço os trilhos do trem, a praia, o vão em baixo do convento e o lugar 'secreto' perto de tudo isso. Reconheço as coisas que me fizeram chegar ao que sou nesse exato momento, porque o meu ser também muda, assim como os significados dos lugares e das pessoas. Lembro-me de como me sentia cada vez que estava em algum desses lugares, e era bom, apesar de amedrontador. Talvez tenha sido precoce, talvez não, cada pessoa tem seu tempo, talvez pudesse ter evitado algumas coisas, algumas cicatrizes. Talvez amenizaria as tensões com mentiras planejadas com perfeição. Preferi me despir , deixar que toda a raiva e preconceito me atigissem como navalhas, para assim me tornar mais forte para o que viesse depois. Deixei, e essas navalhas ainda me acertam, ainda machucam, mas não tanto quanto poderiam machucar - e é isso que irrita as outras pessoas. E a cada dia me vejo mais diferente das pessoas que me criaram e das pessoas que sempre ou quase sempre estiveram comigo. Hoje, me preparo para mais agressões, que eu facilmente poderia evitar, como quase tudo pode ser evitado. Não evitarei, deixarei que cada palavra me acerte. E voltarei aliviada por saber que eu poderia ser daquele jeito, aliviada por ir.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

sobre alguns anos atras

Won't you tell me what you're thinking of
Would you be an outlaw for my love
If it's so, well, let me know
If it's "no", well, I can go
I won't make you

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Hoje à tarde saí para comprar pão, mas resolvi passar na praia e dar um tempo por lá, só para fechar os olhos e ouvir o mar, tipo o barulho que dá para ouvir nas conchas, só que bem mais barulhento e real. Depois, voltando para casa, encontrei três pessoas que estudaram comigo no ensino médio, abaixei a cabeça e elas também, nos notamos mas não queriamos nem trocar um oi, já que esse oi nunca foi trocado em três anos de convivência diária. O estranho foi elas parecerem iguais ao que eram antes, ao menos fisicamente. Depois parei para jogar futebol com duas crianças e seu avô. Pensei que foi legal, digno de ser postado aqui, só que chegando em casa, ou no lugar que eu chamo disso, tive tantas coisas para fazer que esqueci completamente de como foi agradável ouvir o mar e jogar bola. Alguma coisa aqui parece pesar imensamente, ou os últimos dias aqui ou em qualquer lugar estão sendo extremamente massantes.

Estar lá era um peso, estar aqui também é. Estar lá era um peso porque eu queria estar aqui, estando aqui, não queria estar lá, mas as discussões são tão sem sentido que eu queria não estar em lugar nenhum. Por algum motivo nao consigo terminar esse post.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Peguei minha bicicleta e fui indo, fui descendo, passando por lugares tão familiares no clima tão tipico de maio nessa terrinha.

domingo, 9 de maio de 2010

Afastem-se vacas, que a vida é curta

Pude ver um mar revoltado pela janela do ônibus, já estava em Mongágua com a chuva batendo em todos os lugares. Fazia frio quando desci do ônibus no ponto tão conhecido de uma rodovia. O que pude fazer foi parar e gritar, um grito dfe raiva, de alivio, de felicidade, um grito de redenção. Cada vez é mais estranho, mais sem sentido e libertador. Penso em dar uma volta.

sábado, 8 de maio de 2010

Pensando com mais calma, vou viajar. Saio em 20 minutos, não sei o que sinto agora. Só sei que sinto, minha mão arde, e agora tenho mais uma cicatriz das besteiras que digo.

quinta-feira, 6 de maio de 2010


Entraria no mar, mergulharia e arregalaria os olhos, veria aquele outro mundo, por um tempo não haveria maldade, não haveria qualquer outra pessoa, não haveria céu, chão ou ar. Faltaria o ar, mas aí não pareceria mais tão necessário, faltaria mais ar, e aí, tiraria a cabeça da água e sentiria todo o ar do mundo, toda a maldade, tudo de novo. Mergulharia de novo, infinitas vezes e as ondas passsariam por cima de mim, faria um esforço enorme para conseguir ficar lá dentro mais tempo, cada vez mais, até que não houvesse mais necessidade de oxigênio. Sentiria o sal na pele, na boca e nos olhos. Sentiria o gelo da água da manhã com os primeiros raios de sol me cegando, poderia também sentir o quente da água do fim da tarde, com os últimos raios de sol se escondendo. Me afogaria, como no sonho onde ninguém me salva. E então, um suspiro aliviado de quem não tem mais ar.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Fiction - Sabado

Sabia que não deveria e nem queria estar ali, mas não conseguiu conter, pensou que poderia dançar mais um dia. Gostava do escuro interrompido pelas luzes coloridas, podia dançar e ver somente partes. Via pernas, braços, bundas e cabelos de pessoas alheias, conforme as luzes confusas as iluminavam, eram pés que se moviam freneticamente conforme a música. Não precisava falar com ninguém, não havia nem como haver uma comunicação. Estava sóbria mas parecia embriagada de uma sensação única, queria voltar cedo e sã, não queria ninguém, naquele momento desejava não ter carinho por qualquer ser humano.Era só ela, as luzes e os outros corpos. Nunca se sentiu com tanta privacidade, estava no meio de tanta gente, mas inteiramente só e inteira.

sábado, 1 de maio de 2010

Fiction

Ainda podia ver uma lua enorme no céu branco do amanhecer, caminhava com passos lentos e tortos, tinha as faces quentes e molhadas, borrava o rosto com a maquiagem, tropeçava e continuava. Os pés, a garganta e a cabeça doiam, pensar doia. O caminho parecia não ter fim, levou uma hora e meia num trajeto que normamente demorava quarenta minutos. Chegou, tropeçou, subiu e tropeçou de novo, viu uma porta aberta, parecia haver uma luz divina naquele lugar que várias vezes amaldiçoara, entrou, num ato de extrema consciência, lavou os pés, deitou e sonhou, nesse sonho parecia haver uma solução, mas era tão dificil.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Ainda sobre a maldade

As pessoas realmente dizem coisas que machucam umas às outras, talvez pensando que não machuque tanto. Ontem presenciei isso, como espectadora de um espetaculo absurdo, mesmo que não houvesse intenção de quem soltou as palavras. Foi um acidente, não havia intençãod e magoar e nem de que a outra pessoa em questão ouvisse. Porém, as palavras estavam cheias de maldade mesmo assim.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

todas as pessoas são más.

quando querem e quando não querem
quando tentam fazer algo de bom
quando apenas existem
quando usam as coisas
quando se usam
quando bebem
quando comem
quando compram
quando nascem e gritam com mil lágrimas
quando tomam o leite pela primeira vez
quando querem ajudar


quando amam.
Foi estranho, de fato. A verdade é que eu não tinha noçao de tempo e de espaço, simplesmente estava lá. Estive até amanhacer e algumas coisas mudaram.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

It's like learning a new language
Helps me catch up on my mime
If you don't bring up those lonely parts
This could be a good time
It's like learning a new language
You come here to me
We'll collect those lonely parts and set them down
You come here to me...

alguém tem que entender.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Acabei de notar que ese blog tem 81 postagens, isso me leva a pensar que eu devo ser uma pessoa muito dramática. Mas esse último mês tem sido assim, uma merda. Eu nunca acordei tão mais perdida do que barata tonta como acordei hoje, além de não reconhecer onde estava me senti extremamente sozinha, num vazio enorme e sem ter onde segurar. Minha cabeça dói, mas penso que ainda existem dores fisicas muito piores. Tudo parece estar por um fio, sempre. A existência parece datada e os passos que damos por aqui são lentos e doloridos. Sinto como nunca antes que agora não posso falhar e ao menos mostrar que estou bem, eu sempre fingi ser o que nunca fui e foi fácil até agora, mesmo com os grandes tropeços. Eu não sei se o que escrevo aqui faz sentido agora, mas eu espero que quando eu for mais velha (e madura) eu possa ler isso e achar que eu fui muito infantil em escrever isso.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Acordo e novamente é dificil de reconhecer este lugar, a dor de cabeça me consome e o frio entra pela janela junto com o sol de uma manhã linda.

pena que é irrelevante.

domingo, 11 de abril de 2010

fiction, or maybe not

Lembro que me fez contar, e eu contei nos dedos, me punindo por não ter gravado na memória e ao mesmo tempo feliz por ser algo que talvez merecesse também ser quantificado. Depois disso, foi, voltou num outro dia, foi de novo e não voltou.

Domingo

Acabam de me acordar, e foi bom. Almoço e depois faxina, limpar a casa é uma das coisas nem tão boas de se morar acompanhada com pessoas que não são da familia. Essa é a crise de quem quase sempre teve pocas tarefas (secar a louça, lavar o quintal em que a cachorra cagava, varrer e raramente fazer algo mais). Essas minhas crises parecem e talvez até sejam coisa de gente mimada, mas posso afirmar com muita segurança que existe gente pior. Nao sei se era nisso que eu queria chegar, talvez eu não queira chegar à lugar nenhum, só escrever qualquer coisas que traga paz. É domingo e acabei de acordar, e como em todos os outros dias, eu abro os olhos e não reconheço onde estou, demoro uns instantes para me habituar a uma realidade que não é tão nova assim. Imploro para abrir os olhos em um lugar seguro. Um lugar que só se tornou seguro agora que não vivo mais lá. Meu corpo pede café, mas eu sou birrenta e digo à mim mesma que não posso tomar mais por alguma razão que nem eu sei direito. Nunca fui de me privar de nada, e ultimamente ando me policiando em tantas coisas que vejo uma pessoa totalmente diferente no espelho.

sábado, 10 de abril de 2010

sobre sofrimento em épocas diferentes

Quando eu estava na 2ª série, eu não sabia amarrar o cadarço do tênis e o meu maior terror havia se concretizado : eu não tinha mais um tênis com velcro. Toda vez que o cadarço desamarrava eu tinha que pedir para a minha mãe, a baba ou para a professora amarrar para mim. Acho que ninguém podia enteder o sofrimento que era ser a única da classe que não tinha a capacidade de amarrar os cadarços, era como estar nua na frente de uma multidão. A cada vez que minha mãe tentava desesperadamente me ensinar a fazer um laço eu me despedaçava por dentro por não conseguir e toda vez que eu brincava no recreio e meu cadarço desamarrava, era uma tortura, pois o meu orgulho não permitia que eu pedisse para que alguém me ajudasse. Em algum momento e de alguma maneira, eu aprendi a amarrar o cadarço do tênis. Hoje eu não consigo achar uma solução simples para os meus medos que parecem ser bem maiores do que os de antes, mas talvez a angústia seja a mesma, a maior sensação de impotência do mundo.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

crise

Eu odeio ficar menstruada. Deve ser a 5ª vez que eu choro ou quase choro no dia, e é ridiculo, porque agora ameacei chorar porque meu computador está lerdo (como sempre esteve) , já chorei de saudades da minha cachorra, chorei porque o banco me roubou 32 reais e eu nem comprei meu absorvente, ameacei chorar falando com a minha mãe e quase chorei à tarde por acordar de um sonho bom e tomar um banho de realidade. Nenhum motivo, exceto o último, é um motivo decente, e na verdade, ter que ter um motivo decente para estar triste é o fim. Agora estou aqui, num quarto só meu (!), tomando chá, ouvindo musica deprê e agradecendo por não ter que ver a cara de ninguém até amanhã de manhã. Minhas crises são tão clichê e desimportantes, que eu até sinto vergonha, mas é o que se pode fazer. Não queria discutir toda a minha decepção com o mundo nesse post, só sei que a cada dia vejo o quanto essa existência e esse modo de vida são ridiculos e incabiveis, mas parece não haver escapatória. Cheguei até aqui (como se esse aqui fosse tão longe e tão sublime) para ver que é tudo tão absurdo que, sinceramente, vejo que tem gente que não sabe o que é realidade. Isso também fica para outro dia.

domingo, 4 de abril de 2010

sobre não voltar no feriado

Eu já tô acostumada a sentir o que sinto agora, abro o orkut e vejo as fotos das pessoas lá, se divertindo, e elas provavelmente voltarão bronzeadas. Mas eu sei que sai muito caro para eu ir passar 3 dias e chegando lá, eu discordo de quase tudo e acabo não tendo vontade de encontrar ninguém. Eu sempre me achei uma péssima amiga porque não consigo manter amizades por muito tempo, talvez , de fato, eu descarte as pessoas, assim como elas também me descartam por acharem que eu estou muito diferente do que quando eu estava lá, e sim, eu estou, assim como elas também estão. Eu lembro que em 2008 todo mundo "desabrochou" coletivamente, éramos tão irreconhecíveis que nos agarravamos aos dias felizes do ensino fundamental para que ainda houvesse um elo. E esse elo cada vez é mais fraco, quase que se rompe a cada vez que apareço lá e aposto que isso não é sentido apenas por mim. Vendo as fotos, todas as pessoas juntas por um feriado, me da um aperto e uma vontade de ir correndo, mas eu sei que isso nunca dá certo, talvez eu até esteja sendo pessimista, mas de verdade, não quero arriscar.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Get me away from here, I'm dying.

Parece que que essa e a semana dos absurdos, até na internet, enfim. Eu ia para aula toda feliz e contente ouvindo Belle & Sebastian e finalmente conseguindo pensar em coisas boas, quando me vejo caída no meio do asfalto e ensanguentada (ok, também nao é coisa de filme de terror, mas até que tinha bastante sangue) . Meu humor mudou na hora, e de repente me deu uma vontade de gritar bem alto, só por gritar. Começou a tocar "Get me away from here, I'm dying" e era a musica que melhor descreveu meu humor na hora. Mas esse "away from here" é muito relativo, pode ser tirar da rotina, do espaço fisico, das pessoas ou de qualquer coisa. Comigo, eu não sei o que seria esse "here", agora eu quero é só dormir porque a dor dos machucados arde a cada instante e quando eu lembro do motivo por eu estar tão feliz de manhã, ele parece tão bobo, não deveria, mas parece.

quarta-feira, 31 de março de 2010

surpresas

No meio de um dia cheio de absurdos e roupas lavadas, uma caixa chega por sedex.
Ainda à tarde pensei que uma barra de chocolates poderia chegar nessa caixa, e chegou junto com os docinhos de banana, um par de havaianas verdes e minha caneca , que na verdade é uma caneca horrível de se beber, mas tem um valor sentimental tão grande, porque aquela caneca existe desde que eu me conheço por gente.

É incrível, mas apesar de não nos reconhecerem mais, mães e pais são os que mais nos conhecem.

domingo, 28 de março de 2010

parece que fizeram uma musica para o que eu sinto agora.

Yours is the first face that I saw
I think I was blind before I met you
Now I don’t know where I am
I don’t know where I’ve been
But I know where I want to go
And so I thought I’d let you know
That these things take forever
I especially am slow
But I realize that I need you
And I wondered if I could come home

Fiction

Havia pensado sobre muitas coisas o caminho todo. Foi uma caminhada de meia hora totalmente silenciosa , exceto pelos latidos de cachorros que pareciam estar tão desnorteados quanto ela. Procurava tanto algo ou alguém para se agarrar, como se isso fosse necessário para sua vida ter sentido e ela poder saber para onde ir. Faltava apenas uma resposta ou uma ação para que as coisas pudessem fluir levemente. Queria a não tão insustentável leveza do ser, porque agora tudo pesava imensamente e de uma maneira tão intensa, que existir parecia um fardo, a menos que no meio desse turbilhão todo encontrasse aquele sorriso e aquela voz. Era ela, que se parecia com umamúsica do Belle & Sebastian, uma música feliz, talvez uma nem tão feliz e possivelmente, a mais triste. Por que a havia deixado passar, e tantas vezes?

sábado, 20 de março de 2010

Hoje parece um daqueles sabados que eu pressentia o que iria acontecer só de olhar para o céu e sentir o quanto o clima tá agradável. Agora, tudo o que eu penso é em estar longe daquela cidadezinha tão medíocre, mas com um clima tão agradável e cheiro de mar, cheiro de um futuro em algum lugar bem longe, cheiro de infância e adolescência. Agora todas aquelas pessoas foram para vários lugares, outras continuam lá, mas com outra ambições. E eu me pergunto, todos os dias, será que existe um verdadeiro lar?

terça-feira, 16 de março de 2010

surpresas

Hoje foi um dia que amanheceu preguiçoso. Estava mau-humorada e poderia fuzilar com o olhar qualquer pessoa que viesse falar comigo. Passou, agora tá tudo tão sereno, até agora, foi um bom dia.

segunda-feira, 15 de março de 2010

estúpida

Sinto por ser tão tapada e perceber as coisas com muito atraso, deixei passar pessoas e coisas importantes e agora parece não haver mais nenhuma maneira de mudar isso, por mais que eu tente. Quando vi, tudo pareceu girar, alguma coisa desmoronava dentro de mim junto com os gritos de arrependimento. Queria ter um telefone qualquer por perto para dizer tudo o que eu penso, o quanto fui e sou estúpida.

domingo, 14 de março de 2010

29

"Age shouldn't affect you. It's just like the size of your shoes - they don't determine how you live your life! You're either marvellous or you're boring, regardless of your age."

um feliz aniversário para alguem significante.

quinta-feira, 11 de março de 2010

É a menstruação ou estou realmente na fase mais mau-humorada de todas?
Era para eu estar na aula agora, eu bem que tentei, mas meus olhos fechavam automaticamente e se eu ouvisse "Marx" mais alguma vez, poderia dar um grito.
Essas escolhas são estranhas, já não sei se algo que escolhi com quase 16 anos é o certo para mim agora, mas realmente não sei o que deveria fazer. Criaram expectativas sobre isso, eu mesma criei expectativas e agora já não tenho mais para onde voltar, seria simples dizer que é possível voltar para a casa da minha mãe, que realmente vai estar de braços abertos sempre, mas e aí? Eu realmente teria a paz que eu preciso para tomar alguma decisão? E como seria viver de novo numa cidade que nunca me senti fazendo parte? Aqui todas as pessoas parecem ter um grau de maturidade que eu sei que vou demorar um bom tempo para ter, não que eu tenha pressa, se estivesse em qualquer outro lugar, não teria. Tenho tanto medo de ficar sozinha de novo que sou capaz de levar isso daqui adiante.

terça-feira, 9 de março de 2010

Meu coração não se cansa
De ter esperança
De um dia ser tudo o que quer

Meu coração de criança
Não é só a lembrança
De um vulto feliz de mulher
Que passou por meus sonhos sem dizer adeus

Sem dizer adeus
E fez dos olhos meus
Um chorar mais sem fim

Meu coração vagabundo
Quer guardar o mundo
Em mim

domingo, 7 de março de 2010

novo

Time may change me, but I can't trace time.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Existo?

É incrível como algumas coisas não mudam e o tempo parece se repetir a todo momento. Eu já vi isso e já senti. Já estive aqui antes, numa noite como essa, com os mesmos pensamentos, mas agora é estranho. Parece que quem digita isso aqui é outra pessoa totalmente diferente da pessoa que digitava qualquer coisa nesse computador do labi à essa hora no ano passado. Poucas coisas mudam de verdade.

terça-feira, 2 de março de 2010

aqui.

O ar não está mais tão leve, mas até onde eu sei, meus passos continuam sensatos.
Eu até poderia falar daquelas coisas que sempre falo, sobre como eu mudo em um curto período de tempo e de como as coisas parecem ser tão diferentes e ao mesmo tempo, conhecidas. Mas deixo isso para algum futuro momento de drama clichê. Agora, preciso fazer com o que o ar volte a ser leve para que possa continuar com meus passos sensatos e a minha sanidade.


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Pré-viagem

It's like learning a new language
Helps me catch up on my mime
If you don't bring up those lonely parts
This could be a good time
It's like learning a new language
You come here to me
We'll collect those lonely parts and set them down
You come here to me...


Viajo hoje, quero ver por quanto tempo aguento, por quanto tempo o ar ficará leve e os meus passos, sensatos. Não queria escrever muito, mas foram boas férias, tipo uma desintoxicação.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Lolita

A menina parecia ter o demônio nos olhos.
Ela devia ter uns 12 anos.

muito de longe, posso enterder as perturbações de H.H

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

How can they look into my eyes
And still they dont believe me
How can they hear me say those words
And still they dont believe me
And if they don't believe me now
Will they ever believe me?

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Um abraço no meio da multidão do carnaval.
No meio da bateria.
Lágrimas que ninguém notou, ainda bem.


Saudades, que não consigo nem descrever.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

I'm unclean, a libertine
And every time you vent your spleen
I seem to lose the power of speech
You're slipping slowly from my reach
You grow me like an evergreen
You've never seen the lonely me at all

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Carnaval

Uma lembrança atemporal.
Eu, minha mãe, vizinhos e vizinhas, chápeus laranjas (será que existiram mesmo ou é só a minha imaginação?), um bolo com hortelã, fabricação de instrumentos musicais acontecendo na minha frente e o meu choque em descobrir que o arroz que fazia o chocalho chacoalhar. Água, bexiguinhas com água, minha mãe me ensinando as marchinhas.

Essa lembrança deve representar quantos carnavais da minha vida? Me parece que por muito tempo foi assim na rua vereador José Calvo. De repente, todas as crianças cresceram, e os pais delas se cansaram de ensinar as marchinhas...

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Estou com saudades, e eu realmente não sei do que. Tô ouvindo as músicas do verão passado, com essas mesmas pancadas de chuva, esses raios, que antes me causavam medo pelo fato de eu ter que desligar o computador quando o céu ficasse preto. Meu coração acelerava toda vez ao pensar nas inúmeras possibilidades, num outro post, o 1º desse blog, falei de como essa indiferença, da minha parte, me incomodava, e ainda incomoda. Agora praticamente todas as pessoas são indiferentes. Me fizeram desacreditar em tudo o que eu acreditei, ainda deveria acreditar no amor? Ou pensar que é um privilégio para poucas pessoas? Ou é muito azar de sempre gostar das pessoas erradas? Ou eu deveria comemorar por estar indiferente a todas as pessoas, sem sair de casa porque todas elas parecem muito entediantes e parecem, momentaneamente, terem perdido seus encantos?

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Asshole

Eu to muito puta.

Agora eu tenho que justificar se eu não passo lapis de olho ou porque eu corto o cabelo? E eu deveria me sentir menos mulher por isso? Deveria falar só de coisas bonitinhas e ser cega? Eu deveria perder o tempo fazendo chapinha? Gastar grana em tratamentos estéticos?

Eu odeio passar longos períodos aqui, onde ninguém faz questão de pensar em muita coisa, eu odeio essa cidade, odeio a maioria das pessoas que vivem aqui. Gosto das pessoas que "cresceram" comigo, mas odeio o jeito que eles pensam.
Eu tô bem. Tô ótima, tô feliz com as minhas roupas, tô feliz em me desapegar da "obrigação" de passar um lapis de olho todo dia e ficar com os olhos coçando. É muito fácil falar quando se está de fora, eu não aguento mais legitimar todos os meus atos, minha sexualidade é apenas um dos inúmeros aspectos da minha vida, parem de associa-la a tudo.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Lost in translation

Estou em Sao Paulo ainda (e com um teclado sem pontuacao). Enfim, eu tenho uma complicada relacao com essa tal sensacao de pertencimento, tenho uma enorme dificuldade em me sentir parte de algo, mas ja nao sei se realmente devemos nos sentir assim. Divido meus dias em 3 cidades, e nao me sinto plena em nenhuma delas (e tambem sei que essa historia de plenitude pode ser um ticket furado). Talvez, o lugar ideal nao exista, sou uma e.t para a maior parte da minha familia, e me sinto assim, diante de um apartamento que parece ter saido de uma revista de decoracao de interiores. Me assusto com a familia feliz, que vive num lugar feliz, com tudo que o dinheiro pode comprar (mesmo que para isso fiquem atolados em dividas), com filhos perfeitos que vao se casar e dar continuidade a dinastia de pessoas perfeitas e aparentemente felizes, assim, enchendo o mundo de gente que, assim dizendo, nao tem muita coisa na cabeca. Nao, eu nao preciso de uma TV gigante, e cada vez mais, o meu sonho de crianca de ter uma familia perfeita (mamae e papai morando juntos, irmaozinhos e irmanzinhas e um cachorro adoravel) se distancia, assim como o sonho de eu ter uma familia assim. Com 14 anos, percebi que nao teria um marido, mas ainda queria uma familia feliz com filhos estudiosos, e eh claro, um cachorro. Hoje em dia, duvido que tudo isso aconteca, dado ao fato de ter 18 anos e nem saber o que eh namorar, com diversas coisas me fazendo nao mais acreditar na monogamia.

E existe um filme, que eu realmente gosto, que talvez explique o que eu sinto, que tem uma boa citacao:
I just dont know what I`m supposed to be.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

SP

Chove, e pela janela eu só vejo concreto.
Gosto daqui, às vezes é bom ver pessoas passando, pessoas alheias, estranhas, desconhecidas, pessoas sem nome e sem passado. Acho que não moraria aqui, a verdade é que o lugar onde estamos nunca é bom o suficiente, alguns problemas persistem e novos surgem. Nesse exato momento, estou num grande dilema, não sei se prefiro a chuva no concreto, na praia ou no pasto.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Chove

Saí da casa da minha mãe ontem às 13:00, não voltei até agora.
Não, dessa vez eu não briguei com ninguém, mas olhar para a praça de uma janela alta tem me dado muita satisfação. Visitar os lugares que há tempos eu não ia, mesmo quando ainda morava aqui, me encheram de alegria, tristeza e nostalgia.

Algo está acontecendo, estou chorando tudo o que não chorei em 2009, qualquer coisinha já é o suficiente para me encher de comoção, que agora, transborda sem vergonha ou impedimento. Uma ansiedade sem razão me consome, estou em uma lan house, não tenho motivos reais para estar aqui, mas tem uma janela no alto, posso olhar a chuva caindo na praça. E de certa maneira, isso me lembrou dos dias em que eu evitava ao máximo chegar em casa, com medo de se repreendida de alguma maneira, pelo que eu era (e sou) e ficava em uma lan house, mandando emails para amores platônicos. Hoje , acho que já estou indiferente à várias coisas, saí, não voltei, dormi no meu pai sem que ele quisesse. Agora, ele não sabe onde eu estou, deve estar ligando feito louco para o meu celular, que está desligado. Em um dia inerte, como hoje, não tem livro do Hesse que me anime, muito menos, Virginia Woolf. Eu tenho uma praia, a 5 minutos, onde o mar também deve estar transbordando, devido à chuva. Também transbordo diversos sentimentos, que em dias, inertes, como o de hoje, se confundem.
Eu posso ir lá, e ver se o lugar que sempre me trouxe paz ainda tem esse poder, ou se agora é apenas, um mar, uma praia, em algum lugar que não me pertence mais, isso se algum dia pertenceu.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Escrito em 24/01/10

Ouvindo: Suedehead - Morrissey

"No camarote sufocante, transtornada pela vibração das paredes de ferro e pela
exalação insuportável do lodo revolvido pela roda da embarcação, Meme perdeu a
conta dos dias. Tinha passado já muito tempo quando viu a última borboleta amarela
sendo destroçada nas pás do ventilador e admitiu como uma verdade irremediável que
Mauricio Babilonia tinha morrido."

Entreguei os pontos e entreguei as chaves, na verdade eu nem nem sei qual das duas coisas me deixou desse jeito, me fazendo chorar todo o caminho da minha ex-casa até a minha nova casa. Talvez, finalmente entregar os pontos tenha me deixado em estado de choque, afinal, da outra vez que chorei aqui, foi em uma tentativa de entregar os pontos, que resultou em uma dedicatória ridicula pro "O lobo da estepe", que na época era meu livro preferido.
Tentei dizer muitas coisas na hora, mas pessoas, uma em especial, insistiam em interromper, e é óbvio que essas interrupções eram mais importantes do que uma conversa banal e sem sentido com um ser de 18 anos que não sabe de nada e não tem "maturidade emocional".Sinto que apesar de ter me divertido, aprendido e conhecido várias pessoas, teria sido muito melhor se nada tivesse acontecido, ao menos eu nunca teria caído da escada e torcido o pé, porque eu disse, sem saber como, que a amava. E ele ainda dói, parece uma força enigmática ou sei lá o que, mas ele sempre dói quando por dentro dói mais ainda. E ontem, doeu.
Já não sei se o que eu disse ontem foi da boca para fora, saberei em março. Se quando ela entrar na sala, eu vou ficar totalmente indiferente ou se aquela ansiedade me consumirá inteira. Se eu ficar indiferente, terei certeza que não me enganei mais uma vez, porque desde maio, até ontem, não houve nenhuma indiferença à sua presença. E agora, com as chaves e os pontos abandonados, sinto como se a última borboleta amarela fosse esmagada na minha frente. Não quero que ninguém morra nem fisicamente e nem para mim, só quero quero a indiferença, para que assim , outras pessoas consigam gostar de mim. E desde agora, existe uma pessoa, que eu nunca quero estar indiferente.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Empacontando

"At the final moment, I cried
I always cry at endings"

Tô empacotando tudo, fiz o que tinha que fazer e terminei algo que comecei (leia-se 1º ano de faculdade, o que, para o meu histórico de não terminar nem curso de inglês, já é uma vitória). Quando eu cheguei aqui eu era uma topeira, não que eu não seja em alguns pontos, mas nem se compara. O grande barato era poder dormir até tarde sem ter ninguém me enchendo o saco e comer sorvete no almoço se estivesse afim. Agora eu vejo que tudo é mais chato, o mundo não é tão colorido assim.
De qualquer forma, eu tenho praticamente um quarto para empacotar antes de amanhã, ou melhor, de hoje à noite, porque se tem uma coisa que eu não aprendi, é ter algum tipo de responsabilidade. Eu devo ter aprendido alguma coisa de algum teórico, mas o suficiente para perceber que não servem para muita coisa. Mas o que aconteceu nessa casa, não vai caber em caixa nenhuma, meu pé torcido e todo o sentimento por tras disso não caberá, mesmo que agora já esteja disperso, todos os vômitos, banhos de mangueira, almoços, olhar o céu da sacada, chorar no lavabo, viver no kanashiro e talvez, poder fazer xixi em casa quando estou lá.

de fato, vou sentir saudades, já estou sentindo e já sinto o meu rosto quente.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Head like a hole.
Black as your soul.
I'd rather die than give you control.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Everbody's gotta learn sometime

Change your heart
Look around you
Change your heart
Will astound you
I need your lovin'
Like the sunshine

Eu lembro de quando eu tinha uma agenda, com desenhos bonitinhos e adesivos, onde eu escrevia sobre amors platônicos e fugazes. Eu também tinha várias canetas coloridas. de cores berrantes, com glitter, até uma branca com cheiro de pipoca. Também tinha uma coleção infinita de papéis de carta, nos quais eu pensava em um dia escrever cartas de amor breguissimas, para alguma pessoa x, que algum dia, eu tinha certeza que existiria. Essa(s) pessoa(s) nunca existiram por completo para mim, eu nunca escrevi essa carta e agora essas coleções já não existem mais.
Agora eu duvido que exista apenas uma pessoa x. Deve existir alguém que apenas tenha alguma coisa em comum, sendo assim, eu posso gostar de muitas pessoas (não no termo pessoas que eu detesto, fica para um outro post). O problema, é que eu cansei dessa putaria toda, porque, deixando o ceticismo de lado e já me contradizendo, como sempre faço, deve existir alguém que tenha algo além de algumas coisas em comum, não necessariamente, uma pessoa só.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Alguns dias nem deveriam existir, hoje é um deles. Começou com o meu mau-humor matinal ao acordar e lembrar da maravilhosa (precisa falar que é ironia?) aula de política, passando pelo sumiço temporário das minhas havaianas, por estar um calor do cão e eu estar de calça, pela frustração de saber que logo não dormirei ouvindo os burburinhos vindo do bar e que morarei em um apartamento, coisa que sempre tive medo (claustrofobia), somado com o cansaço fisico e a eterna dor de cabeça que devido ao vicio, nenhum analgésico tem a capacidade de curar e terminando com o sono, uma prova não acabada e uma conversa estranha no msn, que me deixou estranha. Vontade de tomar a porra do maracugina e dormir eternamente não me falta. A covardia é o meu hobbie preferido.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Clichê

"Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome"

A mesma coisa de sempre, uma eterna instisfação e uma grande crise existencial.

Não quero isso, mas também não quero as coisas como eram antes. Infelizmente, pegar a mochila e sair andando, só acontece em filmes ou com pessoas realmente corajosas ou covardes o suficiente, eu não sou nenhuma dessas coisas, estou exatamente no meio. Nesses dias mesmo, falando sobre "O lobo da estepe", pensei (não sozinha) que as pessoas sempre dividem tudo em dois polos e ignoram o que está no meio.
E agora, nesse momento, tudo parece ser tão banal, todas as preocupações parecem ser ridiculas, e de fato, talvez sejam. Eu não deveria estar aqui, não deveria estar em lugar nenhum.
Cansei de estar exatamente no meio, cansei de estar em todos os lugares e cansei de fugir de tudo. Alugamos um filme, onde todo mundo queimou a identidade, e eu percebi o quanto isso é utópico.