terça-feira, 27 de maio de 2014

Estar em Marília sempre foi sinônimo de saudade, a princípio foi a saudade da família e das poucas amizades de Itanhaém, o que atualmente se converteu em um saudosismo sem sentido, resultando, inclusive, em uma vontade de estar novamente no ensino médio. Depois veio a saudade das amizades feitas aqui e que foram e ainda estão indo embora gradualmente. Agora há uma outra e nova saudade, que aperta no peito como todas as outras, mas ainda sim é diferente, é uma saudade que eu ainda não consegui definir, saudade de um olhar.
Até então eu não havia percebido o quanto estou geograficamente longe de  todos os lugares em que gostaria de estar, sei também que essa foi uma escolha consciente na medida do possível para o grau de consciência, maturidade e responsabilidade que uma pessoa de dezesseis anos poderia ter. O tempo passou rápido e estar aqui deixou de fazer sentido, mas ao contrário da postagem anterior, parece que o ciclo se rompeu e posso vislumbrar o que acontecerá a seguir.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Algum dia, tenho certeza, irei me arrepender de ter deletado meus blogs e jogado fora meus diários, na verdade acho que já me arrependo, assim como me arrependo de ter vendido minha maquina de escrever. Por isso, apesar de uma certa vergonha e arrependimento de ter escrito muitas coisas, esse eu não deletarei, e não criarei um novo para postar coisas novas.
Tenho convicção de que na internet as coisas nunca são deletadas de fato, e em vão procurei meus antigos blogs, dos quais lembro do design e de algumas coisas que foram postadas (letras do Placebo e citações de "Amélie Poulain"), mas não tenho ideia de como se chamavam ou se estavam vinculados ao mesmo email que uso para esse blog. Não me ocorreu na época (2006 principalmente) que algum dia eu sentiria saudades daqueles dias de pensamentos depressivos (sempre exagerada) e revolta aparentemente sem sentido, na verdade não sei se sinto saudades, mas realmente gostaria de ler o que escrevi na época, talvez me fizesse sentir melhor sobre como eu escrevo agora, ou me sentir pior com o fato de eu não ter chegado a nenhum lugar.
Após esse período de pessimismo em 2006, que correspondeu ao primeiro ano do ensino médio, amigas e amigos indo estudar em outras escolas, surtos de loucura e bipolaridade (devidamente diagnosticada e medicada) em casa ; acabei tendo alguma esperança e criando grandes expectativas para sair de Itanhaém e ter uma vida minimamente agitada e interessante, e foi nessa expectativa que vivi os dois anos seguintes, totalmente alheia ao que acontecia a minha volta e desejando somente que o tempo voasse para a escola acabar e eu poder finalmente ir embora. A parte de eu sair de casa aconteceu com mais facilidade do que eu esperava e cinco anos depois, estou aqui. Vivi de fato algumas experiências interessantes e fiz, inclusive, mais do que eu imaginava na época, o que resultou no fato de eu ter permanecido bêbada toda a minha graduação e ter me formado sem saber nada. Penso que apesar de todas as experiências e mudanças, em algumas coisas eu continuo a mesma e que a vida é realmente cíclica  ; continuo criando expectativas para sair de onde estou no momento, sem saber ao certo o que acontecerá a seguir.