segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Duas vezes por ano, em média, eu me lembro que eu tenho um blog. Na maioria das vezes eu só acesso para ler coisas antigas ou começar a escrever algo para em seguida desistir. Não que faça alguma diferença, já que ninguém o lê (que bom!).
Eu sempre venho até aqui quando fico inquieta, entediada, triste e sozinha. Ou quando sinto que não posso fazer nada sobre determinado assunto. Hoje eu sinto tudo isso, e algumas coisas com uma intensidade maior do que o comum. Nunca me senti tão sozinha, fisicamente e em outros aspectos. Gostaria de conversar com alguém mas não existe alguém.

Minha vida vai bem, dentro da medida do possível (veja bem, estou escrevendo isso como se estivesse falando com alguém que não vejo há tempos, desde 2014 para ser mais especifica), me formei, tenho um emprego (bem bosta mas tá pagando), namorada e por incrível que pareça, me sinto bem na maioria do tempo, apesar de tudo o que tem acontecido (preguiça de contar a mim mesma tudo o que aconteceu - espero que se algum dia na minha velhice eu voltar a ler isso, eu consiga me lembrar de tudo que a preguiça me impediu de escrever aqui). Um dos problemas, ao meu ver, é que eu não sei mais do que eu gosto, não sei o que gosto de assistir, de ouvir, de fazer para passar o tempo, não sei se ainda gosto de escrever ou se as coisas que me deixavam triste antes me deixam triste agora). Não sei se gostaria que alguma pessoa desconhecida lesse e comentasse algo (alguém ainda lê blogs de pessoas alheias?). Não sei se estou gostando do rumo que minha vida tem tomado, não sei se devo me sentir feliz e agradecida (odeio essa palavra, a obrigação de ser grata a qualquer migalha) ou triste e desesperada, mas confesso que na maioria do tempo sinto as duas coisas. Não sei se alcancei o que gostaria, embora no momento eu nem me recorde de algum dia ter estipulado alguma meta.

Em maio de  2014, data da última postagem, ainda não haviam criado o conceito de "textão". embora o conceito seja usado majoritariamente para descrever longas postagens sobre assuntos políticos e/ou polêmicos nas redes sociais, vou aplica-lo para tentar descrever isso que estou fazendo. Um textão para mim mesma, a única leitora deste blog. O que escrevo agora parece bem mais sério e real do que qualquer outra coisa já postada aqui, não digo que isso aqui tá mais "bonito" e "bem escrito". Embora eu me achasse adulta, a maioria das postagens foram feitas na minha adolescência (em 2009 eu tinha 17) e meus problemas, embora parecessem muito reais e me fizessem sofrer (muito mais do que agora, eu diria) parecem meio ridículos vendo pela minha perspectiva como jovem adulta. Fui postando menos com o tempo, a ponto de não haver nenhuma postagem em 2015 e 2016 (os anos com os maiores perrengues). Nunca foi a falta de tempo, mas os meus problemas, principalmente os materiais, eram maiores do que a minha vontade de olhar para dentro de qualquer maneira possível. Esse meu hobbie, de escrever aqui, só surge quando estou, de certa forma, desolada de alguma forma. E acho que hoje eu tive tempo de parar para pensar e perceber que tô muito longe de estar bem.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Estar em Marília sempre foi sinônimo de saudade, a princípio foi a saudade da família e das poucas amizades de Itanhaém, o que atualmente se converteu em um saudosismo sem sentido, resultando, inclusive, em uma vontade de estar novamente no ensino médio. Depois veio a saudade das amizades feitas aqui e que foram e ainda estão indo embora gradualmente. Agora há uma outra e nova saudade, que aperta no peito como todas as outras, mas ainda sim é diferente, é uma saudade que eu ainda não consegui definir, saudade de um olhar.
Até então eu não havia percebido o quanto estou geograficamente longe de  todos os lugares em que gostaria de estar, sei também que essa foi uma escolha consciente na medida do possível para o grau de consciência, maturidade e responsabilidade que uma pessoa de dezesseis anos poderia ter. O tempo passou rápido e estar aqui deixou de fazer sentido, mas ao contrário da postagem anterior, parece que o ciclo se rompeu e posso vislumbrar o que acontecerá a seguir.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Algum dia, tenho certeza, irei me arrepender de ter deletado meus blogs e jogado fora meus diários, na verdade acho que já me arrependo, assim como me arrependo de ter vendido minha maquina de escrever. Por isso, apesar de uma certa vergonha e arrependimento de ter escrito muitas coisas, esse eu não deletarei, e não criarei um novo para postar coisas novas.
Tenho convicção de que na internet as coisas nunca são deletadas de fato, e em vão procurei meus antigos blogs, dos quais lembro do design e de algumas coisas que foram postadas (letras do Placebo e citações de "Amélie Poulain"), mas não tenho ideia de como se chamavam ou se estavam vinculados ao mesmo email que uso para esse blog. Não me ocorreu na época (2006 principalmente) que algum dia eu sentiria saudades daqueles dias de pensamentos depressivos (sempre exagerada) e revolta aparentemente sem sentido, na verdade não sei se sinto saudades, mas realmente gostaria de ler o que escrevi na época, talvez me fizesse sentir melhor sobre como eu escrevo agora, ou me sentir pior com o fato de eu não ter chegado a nenhum lugar.
Após esse período de pessimismo em 2006, que correspondeu ao primeiro ano do ensino médio, amigas e amigos indo estudar em outras escolas, surtos de loucura e bipolaridade (devidamente diagnosticada e medicada) em casa ; acabei tendo alguma esperança e criando grandes expectativas para sair de Itanhaém e ter uma vida minimamente agitada e interessante, e foi nessa expectativa que vivi os dois anos seguintes, totalmente alheia ao que acontecia a minha volta e desejando somente que o tempo voasse para a escola acabar e eu poder finalmente ir embora. A parte de eu sair de casa aconteceu com mais facilidade do que eu esperava e cinco anos depois, estou aqui. Vivi de fato algumas experiências interessantes e fiz, inclusive, mais do que eu imaginava na época, o que resultou no fato de eu ter permanecido bêbada toda a minha graduação e ter me formado sem saber nada. Penso que apesar de todas as experiências e mudanças, em algumas coisas eu continuo a mesma e que a vida é realmente cíclica  ; continuo criando expectativas para sair de onde estou no momento, sem saber ao certo o que acontecerá a seguir.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

que significado tem (mais uma) mudança

Quando vim morar em Marília nunca imaginei que eu fosse me mudar tantas vezes, totalizando no momento 5 residências diferentes, ou melhor dizendo, uma para cada ano que estive aqui e mais uma para o ano que vem. Ao todo já morei com 7 pessoas diferentes, agora estou indo para a 8ª. Geralmente eu fico feliz ao mudar de casa, apesar da instabilidade e o trabalho que isso causa, mas todas as vezes o processo de mudança é conturbado e com muitas alterações no meu humor, confesso que fico emotiva. Dessa vez tenho muitas lembranças engraçadas e divertidas, além de algumas relacionadas a minha vida afetiva que no momento só desejo esquecer, pois é, esse apartamento me traz mais lembranças sobre outra pessoa do que sobre mim mesma.  De todo jeito,  ver o cômodo que costumava ser meu quarto sempre me traz uma sensação desagradável, e nessas horas eu quase faço uma prece para não ter que me mudar no ano seguinte, e é o que desejo para o próximo ano, assim como desejo para a minha vida: só um pouco de estabilidade.


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

e minha mente viaja para 2008

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Essa saia você faz por 5, e essa blusa por 4. Pode abaixar o preço de todas as outras, mas essas você não abaixa. Foi o meu jeito de me livrar de coisas que eu gostaria de guardar comigo para sempre, mas a vida estava me forçando a reciclar. Fui para a aula mais cedo porque não queria ver as coisas indo embora e quando voltei elas já não estavam mais lá, foram embora de repente, assim como você. E agora, meu bem, o que sobrou além das coisas, foi um buraco em mim, uma lacuna, um vazio. Eu nunca tinha parado para pensar no quanto de você há em mim, as coisas são somente uma materialização disso tudo. Um perfume, uma calcinha, brinquedos sexuais e até mesmo um pente dizem mais sobre nós do que minhas palavras amargas. Eu sempre evitei dormir com as pessoas com quem ficava, pois isso evitaria um vinculo, uma lembrança, mas você teve muito mais do que eu um dia pude dar a alguém. Teve minha cama logo de cara e os meus pesadelos era você que acalmava, e eu ficava na vigília do seu sono pesado para que quando você começasse a ofegar eu pudesse te tirar dos pesadelos. Não sei quando foi que deixamos de compartilhar os sentimentos mútuos, não sei quando a vida real e a responsabilidade te engoliram, mas hoje a dor que sinto me faz querer jogar todas as coisas no lixo, mas não é raiva de você, é raiva de viver em um mundo em que o cotidiano engoliu o amor .

terça-feira, 2 de outubro de 2012

desencontro


 Antes eu gostava de escrever, escrevia por qualquer motivo, mas geralmente era para comentar sobre alguma insatisfação ou frustração. Quando você surgiu em minha vida eu parei de escrever, talvez seja porque eu estava relativamente feliz na maior tempo e as coisas que antes me frustravam tanto não me atingiam com a mesma intensidade. Talvez as pessoas estejam certas quando dizem que o amor é cego, mas ao contrário do que pensam, essa cegueira não é a aceitação de tudo na pessoa, e sim a cegueira para o que acontece ao nosso redor, pois por algum momento parece que o amor basta e que ele pode suprir todas as nossas necessidades.
E é saindo dessa cegueira (o que não significa o fim de um relacionamento ou a falta de amor) que surgem as perguntas como: que parte de mim se perdeu nesse processo? Tenho certeza que eu não era o que sou agora, foram muitas mudanças boas, mas e se junto foi uma parte de mim que agora eu sinto falta? E se, na verdade, eu errei a pensar que existem pessoas que realmente sejam dispostas ao que eu estou disposta?
E sim, eu estou escrevendo porque algo está me descontentando, pois eu infelizmente não tenho o dom de escrever quando as coisas vão bem. E a palavra não é tristeza, é descontentamento mesmo, algo me faz falta mas eu não sei o que é, talvez seja só o efeito da cegueira passando.