domingo, 5 de setembro de 2010

Quando me deu sua mão, gelada, no meio daquela avenida escura que parecia não ter fim, algo tomou conta de mim e percebi que não podia conter. Senti algo arrepiar, o mundo parecia tremer e lá em baixo eu me sentia como há tempos não sentia. O cheiro era inebriante, já me sentia tonta, queria tirar as roupas, as dela e as minhas, ali mesmo, no meio da rua escura, para que pudéssemos nos usar, porque naquela altura era óbvio que ambas queriam isso. Eu já não conseguia lembrar direito o porque de estar naquele caminho escuro, numa noite quente e estrelada, mas seguia meus passos com medo do que viria a seguir, me sentia pequena e insegura em sua presença , que era tão forte, segura, madura. Quando chegamos, bem, não lembro direito, apenas borrões e a lembrança de um olhar quente e melancólico, acordei com dificuldade de lembra onde estava, quando me percebi, corri para cobrir minha nudez. Até hoje tento entender o que houve e me descomponho com sua presença.

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