sexta-feira, 4 de março de 2011

identidade

Hoje fui buscar meu novo RG, depois de passar anos com uma foto de uma pessoa que já não me representava mais. A foto era de uma menina com o cabelo lambido, conjunto de colar e brincos e a pele super bronzeada. A nova foto é de uma menina (ainda) com uma regata branca e cabelos rapados em processo de crescimento. No mesmo dia , que peguei minha nova carteira de identidade em mãos, me sinto desolada porque não tenho mais o  meu quarto, que sempre foi meu no sentido mais egoísta possível, o meu novo quarto , que é o antigo quarto da minha mãe, não passa de um cômodo que eu não pretendo frequentar. Aqueles móveis não são mais meus e os objetos não me representam fora do contexto do meu ex-quarto. Eu disse para a minha mãe que era apenas uma questão de disposição de móveis, e que amanhã mudaríamos tudo e tudo ficaria resolvido, mas isso foi para que ela se sentisse melhor depois de eu falar com lágrimas nos olhos, como uma criança mimada, que eu não queria dormir no novo quarto. E talvez eu devesse ter ignorado, por eu passar pouco tempo aqui, mas justamente, era aquele cômodo o meu refúgio. Portanto, me sinto fora dessa cidade, como sempre me senti, fora dessa casa, como me sinto há algum tempo , e agora, fora de mim.

2 comentários:

  1. na chamada oral de teoria antropologica II o professor me questionou "gabriel, comente conceitos de identidade". Me levantei, abri a carteira e lhe entreguei meu RG.

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  2. pois é, para mim identidade é RG também.

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