segunda-feira, 4 de abril de 2011

Estava sentada na cadeira da dentista, suando frio porque ela me disse com a maior calma do mundo que hoje ela iria abrir minha gengiva. Eu fui lá pensando que ia ser somente mais uma consulta para ela elogiar como a minha cicatrização é ótima e coisas do tipo. Então eu comecei a agonizar por causa da anestesia, e pensei "como você é idiota, Larissa, 19 anos e fica nervosa da mesma maneira que ficava quando tinha 6", então eu lembrei de quando tinha 5 anos e fui tomar a vacina de tétano, e a enfermeira falou que a próxima seria com 15 anos, então eu pensei que tudo bem, porque com 15 anos eu já seria quase adulta e não iria ter medo da injeção porque ela não iria mais doer tanto. Eu não sei de onde eu havia tirado aquela ideia, mas eu acho que eu pensava que o mundo das pessoas adultas deveria ser menos dolorido que o mundo das crianças, porque eu seria independente e nenhuma pessoa mais velha iria mandar em mim, porque eu seria esperta e não deixaria que me enganassem, e uma agulha não provocaria tanta dor. Talvez, realmente, a dor da agulha seja menor, se comparada com as outras dores que conheci até agora.

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