terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Escrito em 24/01/10

Ouvindo: Suedehead - Morrissey

"No camarote sufocante, transtornada pela vibração das paredes de ferro e pela
exalação insuportável do lodo revolvido pela roda da embarcação, Meme perdeu a
conta dos dias. Tinha passado já muito tempo quando viu a última borboleta amarela
sendo destroçada nas pás do ventilador e admitiu como uma verdade irremediável que
Mauricio Babilonia tinha morrido."

Entreguei os pontos e entreguei as chaves, na verdade eu nem nem sei qual das duas coisas me deixou desse jeito, me fazendo chorar todo o caminho da minha ex-casa até a minha nova casa. Talvez, finalmente entregar os pontos tenha me deixado em estado de choque, afinal, da outra vez que chorei aqui, foi em uma tentativa de entregar os pontos, que resultou em uma dedicatória ridicula pro "O lobo da estepe", que na época era meu livro preferido.
Tentei dizer muitas coisas na hora, mas pessoas, uma em especial, insistiam em interromper, e é óbvio que essas interrupções eram mais importantes do que uma conversa banal e sem sentido com um ser de 18 anos que não sabe de nada e não tem "maturidade emocional".Sinto que apesar de ter me divertido, aprendido e conhecido várias pessoas, teria sido muito melhor se nada tivesse acontecido, ao menos eu nunca teria caído da escada e torcido o pé, porque eu disse, sem saber como, que a amava. E ele ainda dói, parece uma força enigmática ou sei lá o que, mas ele sempre dói quando por dentro dói mais ainda. E ontem, doeu.
Já não sei se o que eu disse ontem foi da boca para fora, saberei em março. Se quando ela entrar na sala, eu vou ficar totalmente indiferente ou se aquela ansiedade me consumirá inteira. Se eu ficar indiferente, terei certeza que não me enganei mais uma vez, porque desde maio, até ontem, não houve nenhuma indiferença à sua presença. E agora, com as chaves e os pontos abandonados, sinto como se a última borboleta amarela fosse esmagada na minha frente. Não quero que ninguém morra nem fisicamente e nem para mim, só quero quero a indiferença, para que assim , outras pessoas consigam gostar de mim. E desde agora, existe uma pessoa, que eu nunca quero estar indiferente.

Um comentário:

  1. Oun, tchuqui... =)Fiquei feliz em saber que pelo menos pra uma pessoa vc não quer estar indiferente, espero q esses números se multipliquem.
    E acredite, o problema acho que nunca foi a tal da "maturidade emocional", talvez só maturidade, hehehe.

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