sexta-feira, 4 de junho de 2010

O mesmo céu

O mesmo céu branco
das tardes de outono
das tarde perdidas
em um quarto escuro
ou em uma praia

as horas que corriam
com as folhas e os pingos gelados
num meio de transporte esquisito
chamado de bondinho
que sempre atravessava a ponte

às seis da tarde
depois do inglês, do francês
ou depois de matar o tempo
em algum lugar vago
com faces conhecidas

era o padeiro, a professora
o padre, a prima da fulaninha
a dentista, o pasteleiro
o médico, o bêbado
a louca e as estudantes

sempre as mesmas faces
nos mesmos lugares
perdidas onde a maresia tem poder
ela enferruja as pessoas
e aí pensam que está tudo bem

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